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'Todos devem respeitar nações e reconhecer fronteiras', diz Zelensky no G7

Zelensky desembarca no Japão para participar do G7 - Reprodução/Facebook @kyivindependent
Zelensky desembarca no Japão para participar do G7 Imagem: Reprodução/Facebook @kyivindependent

Do UOL, em São Paulo

21/05/2023 11h59Atualizada em 22/05/2023 07h11

Após a participação na reunião da cúpula do G7 em Hiroshima, no Japão, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou em uma rede social que o mundo deve "respeitar as nações" e "defender a justiça".

O que aconteceu

Zelensky usou as redes sociais para agradecer manifestações de apoio à Ucrânia em Hiroshima, no Japão. No país asiático, ocorreram as reuniões do G7, grupo dos sete países mais industrializados do mundo. "Obrigado, Hiroshima, por cada bandeira azul e amarela nas ruas nestes dias."

O líder ucraniano pediu respeito às fronteiras e nações. "Todos no mundo devem respeitar outras nações. Todos no mundo devem reconhecer as fronteiras do estado."

Zelensky escreveu que o mundo deve defender a justiça e se preocupar com a vida. "Todos no mundo devem ter a paz como dever". Segundo ele, "Todos no mundo devem fazer todo o possível para que as guerras deixem apenas sombras nas pedras da história e que isso só possa ser visto em museus".

Quando há uma bandeira ucraniana é prova de que há fé na liberdade, fé na vida, fé em nosso povo. Obrigado, Japão, primeiro-ministro, todo o povo do Japão, pelo apoio abrangente."
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia

Zelensky em Hiroshima

Os dias de Zelensky no encontro do G7, em Hiroshima, tiveram dois objetivos principais. O primeiro era o de incentivar países ricos da Otan a manterem apoio financeiro às forças ucranianas na guerra. O segundo era convencer as nações do sul global, que se mantêm neutras no conflito, a apoiar a Ucrânia.

Zelensky apareceu de surpresa para a reunião das potências e se reuniu com diversos líderes. Ele se encontrou com o premiê britânico Rishi Sunak, o chanceler alemão, Olaf Scholz, a primeira-ministra italiana, Girogia Meloni, e o presidente da França, Emmanuel Macron. O chefe de Estado francês foi o responsável por garantir o avião que levou o líder ucraniano à cúpula.

No sábado, o ucraniano se reuniu com o premiê da Índia, Narendra Modi. Após a reunião, o indiano disse que fará "todo o possível" para resolver o conflito.

As prioridades de Zelensky eram encontros com Índia e Brasil — os dois países, membros dos Brics, mantêm posicões de neutralidade em relação à guerra contra a Rússia.

Outro ponto considerado importante é a capacidade de diálogo dos dois países. Índia e Brasil podem atuar como nações facilitadoras da paz por terem relações com China, Rússia e Estados Unidos

Reunião adiada com o Brasil

O único compromisso em comum entre Lula e Zelensky na cúpula do G7 foi na sessão de trabalho sobre a paz. Não houve reunião bilateral, apesar de o ucraniano ter solicitado o encontro e o governo brasileiro ter oferecido disponibilidade. Oficialmente, o Planalto alegou que houve "incompatibilidade de agendas".

Questionado por jornalistas se estava decepcionado por não ter conversado a sós com o brasileiro, Zelensky mencionou a agenda cheia. "Acho que isso o desapontou. Todos têm seus próprios horários, por isso não pudemos nos encontrar com o presidente brasileiro."

Na sessão de trabalho sobre a paz, junto a outros líderes, Lula condenou a violação da integridade territorial da Ucrânia. "Repudiamos veementemente o uso da força como meio de resolver disputas."

Em abril, porém, durante viagem a Abu Dhabi, Lula afirmou que tanto Ucrânia quanto Rússia eram responsáveis pela guerra. "O presidente [Vladimir] Putin não toma a iniciativa de parar. [Volodymyr] Zelenski não toma a iniciativa de parar. A Europa e os Estados Unidos continuam contribuindo para a continuação desta guerra", disse na ocasião.