Escuro e pressão de 35 elefantes: por que é tão difícil salvar submersível?
As buscas pelo submersível Titan, que desapareceu durante uma expedição turística aos destroços do Titanic, continuam. As operações correm contra o tempo na tentativa de resgatar as cinco pessoas a bordo. O oxigênio disponível deverá acabar nesta quinta-feira.
A Guarda Costeira americana afirmou na manhã desta quarta que um avião canadense P-3 detectou sons subaquáticos, aumentando as esperanças de resgate. O contra-almirante John Mauger, comandante da Guarda Costeira, no entanto, já afirmou que é um desafio conduzir uma busca em área tão remota.
Por que é tão difícil o resgate?
As condições são adversas: o fundo do mar, no local onde o Titanic está, a 3.800 metros de profundidade, é completamente escuro, e a pressão da água é muito elevada.
Numa profundidade como essa, um sistema de busca por sonar precisaria ser especializando num feixe muito estreito, mas com frequência alta o suficiente para detectar um submersível tão pequeno [o Titan tem 6,4 metros].
Jamie Pringle, geocientista britânico, da Universidade de Keele
Fundo do mar impõe desafios tecnológicos. O fundo do mar é muito acidentado, a plataforma continental cai abruptamente e as correntes marinhas são fortes. Além disso, a água do mar impede a maioria das opções de comunicação. Radares e GPS como projetores de luz e raios laser são absorvidos depois de poucos metros.
Infelizmente a água do mar bloqueia muito rapidamente a transmissão [de ondas eletromagnéticas] embaixo da superfície.
Eric Fusil, especialista da Universidade de Adelaide
A pressão a 3.800 metros de profundidade, onde está a carcaça do Titanic, é de cerca de 400 atmosferas. A pressão é equivalente a mais ou menos como sentir o peso de 35 elefantes sobre os ombros.
Busca demanda embarcações apropriadas. A pressão torna a pesquisa do fundo do mar um desafio tecnológico, com necessidade de submersíveis e submarinos especiais. Eles precisam estar em condições de aguentar, durante muito tempo, essa enorme pressão.
Todo submarinista e mergulhador de águas profundas sabe como o mar profundo é implacável: explorar o mundo subaquático é tecnicamente tão desafiador, se não mais, do que explorar o espaço.
Eric Fusil, especialista da Universidade de Adelaide
Submarinos militares de resgate podem ir no máximo a uma profundidade de 3 mil metros. "Se o submersível estiver no fundo do mar e não tiver mais propulsão, e assim um resgate do submersível como um todo for descartado, o salvamento da tripulação não é possível", explica a Marinha da Alemanha.
Chance aumenta se o Titan tiver retornado à superfície. "Se o submersível, ao contrário do esperado, tiver voltado à superfície e não estiver sendo localizado devido à sua reduzida borda livre [a altura da parte não submersa], as chances de ser encontrado são reais", diz a Marinha alemã à DW. "Porém, num caso como esse, um sinal de emergência teria sido enviado."
* Com informações da Deutsche Welle
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