Topo

'Controle de videogame' e banheiro indiscreto: como é o submersível sumido

Colaboração para o UOL

20/06/2023 10h30

O submersível que desapareceu no Oceano Atlântico ao levar turistas para conhecer os destroços do Titanic pode chegar a 4 mil metros de profundidade. Da empresa OceanGate Expeditions, a embarcação levava cinco pessoas e perdeu contato uma hora e 45 minutos após o mergulho.

De banheiro improvisado a uso de tecnologia de Elon Musk, saiba mais sobre o Titan:

Foi projetado para levar cinco pessoas — sendo um piloto e quatro tripulantes — a profundidades de 4.000 metros. Segundo a própria OceanGate, o "Titan é mais leve e mais econômico do que qualquer outro submersível de mergulho profundo".

É feito de fibra de carbono e titânio. Tem 6,7 m de comprimento, 2,8 m de largura e 2,5 m de altura. Seu peso é 10.432 kg — com carga útil de 685 kg. Por fim, pode alcançar uma velocidade de 5,5 km/h.

- - OceanGate - OceanGate
Imagem: OceanGate

Sua inovação mais significativa é o sistema de monitoramento da saúde do casco em tempo real. Ainda de acordo com informações fornecidas no site da empresa, o submersível também é equipado com iluminação de última geração e sistemas de navegação com sonar, além de equipamento fotográfico e de vídeo 4K.

Ele usa quatro propulsores elétricos para se movimentar e possui uma bateria para as câmeras, luzes e scanners.

game - Reprodução - Reprodução
Controle Logitech F710
Imagem: Reprodução

O submersível é guiado por meio de um aparelho que lembra uma manete de videogame e seu interior tem apenas três telas.

O controle é um Logitech F710, sem fio, segundo o Mirror. O modelo foi lançado em 2011 e hoje em dia é achado por 42 libras na internet, o equivalente a R$ 250.

Tem 96 horas de oxigênio a bordo e possui filtros para "reciclar" seu ar e manter o nível de oxigênio. No entanto, esse limite pode ser afetado pela taxa de respiração de quem está a bordo, principalmente se houver pessoas com pouca experiência em mergulho.

- - Reprodução / OceanGate - Reprodução / OceanGate
Interior do Titan, da OceanGate
Imagem: Reprodução / OceanGate

O submersível usa a tecnologia de satélite Starlink, de Elon Musk, para se comunicar, segundo o The Guardian. Na semana passada, a OceanGate publicou no Twitter: "Sem nenhuma torre de celular no meio do oceano, contamos com a Starlink para fornecer as comunicações necessárias durante a expedição do Titanic de 2023 deste ano."

Vídeo mostra interior da embarcação. Em imagens gravadas há cerca de dez meses para a CBC de Newfoundland, o CEO da OceanGate, Stockton Rush mostrou detalhes do Titan. E o banheiro? Segundo a NBC News, há um banheiro improvisado na parte da frente do Titan. Quando está em uso, o ambiente fica separado do compartimento principal do submersível apenas por uma cortina. Também segundo a publicação, os tripulantes costumam aumentar o volume da música enquanto alguém usa o local, para trazer mais privacidade.

Submersível ou submarino?

O submersível não é um veículo totalmente autônomo como um submarino. Ele depende de um navio, com sistemas de navegação para orientar a viagem, e uma plataforma de apoio, submersa a cerca de 10 metros, para descer até o local e retornar à superfície.

"Uma vez submersa, ela usa um sistema de flutuação de amortecimento de movimento para permanecer acoplada à superfície e ainda fornecer uma plataforma subaquática estável, da qual nossos submersíveis tripulados partem e retornam após cada mergulho", diz o site da OceanGate.

O submarino tem a capacidade de ficar mais tempo submerso.

O que aconteceu:

Um submersível da empresa OceanGate Expeditions que levava turistas para ver os destroços do Titanic desapareceu no Oceano Atlântico. Em entrevista à BBC, um representante da Guarda Costeira de Boston (EUA) confirmou a realização de uma operação de busca desde a manhã de ontem (19).

Havia cinco pessoas a bordo do submersível, chamado Titan. Um dos passageiros é um bilionário britânico de 59 anos.

sub - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

O submersível desapareceu uma hora e 45 minutos após o mergulho. No ano passado, ele já havia ficado duas horas e meia sem comunicação durante uma expedição com uma equipe do canal norte-americano CBS News.

Em comunicado oficial, a OceanGate Expeditions confirmou o desaparecimento do submersível turístico. Criada em 2009, a empresa oferece passeios ao ponto do naufrágio, que levam oito dias e custam cerca de US$ 250 mil (R$ 1,2 milhão). O pacote também inclui opção de submergir por oito horas — para seguir até os destroços da embarcação inglesa, afundada em 1912 após se chocar contra um iceberg. O acidente envolvendo o Titanic, considerado o maior navio da época, provocou a morte de mais de 1.500 pessoas.