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Oceanógrafo: Ponto fraco, janela de submersível pode ter cedido com pressão

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/06/2023 10h14

O oceanógrafo e coordenador da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) Agnaldo Martins avalia que o provável ponto de colapso do submersível Titan foi a janela, que teria cedido à grande pressão.

Há uma pressão enorme fora do casco desse submersível. Provavelmente houve uma falha na estrutura dele, fazendo com que esse casco colapsasse pela parte do vidro. Há evidências de que a janela panorâmica era o ponto fraco desse casco e pode ter sido por ali que houve o colapso. Quando há uma fresta, a água entra com tanta força que há um colapso geral da estrutura. Agnaldo Martins, oceanógrafo e coordenador da Ufes

Em entrevista ao UOL News, Martins comentou sobre a dificuldade na busca e no resgate dos corpos dos cinco ocupantes do submersível. O oceanógrafo disse tratar-se de uma operação arriscada a uma grande profundidade e com a possibilidade de os corpos terem sofrido muitas avarias por conta da pressão.

Esse evento mostrou as grandes dificuldades de se trabalhar no fundo do mar. Essa grande pressão dificulta muito as operações. Tudo é feito com muito risco. Em um colapso desse tipo, com as pessoas sendo expostas instantaneamente a uma pressão tão grande, provavelmente os corpos devem ter sofrido muitas avarias. A pressão deve reduzir muito o tamanho das partes do corpo. A pressão deve ter causado tantas avarias nos corpos que deve ser difícil achá-los inteiros. Agnaldo Martins, oceanógrafo e coordenador da Ufes

Turismo ao Titanic poderia ser feito com veículo não tripulado e vendo ao vivo, diz oceanógrafo

Martins ainda falou sobre o caráter excêntrico envolvendo o submersível Titan, ainda mais pelo alto risco de exploração em grandes profundidades com um veículo tripulado. Para o oceanógrafo, há formas bem mais seguras para quem deseja saciar sua curiosidade sobre o Titanic e ver os destroços do famoso transatlântico.

É uma situação muito particular, um turismo para bilionários. Acredito que a empresa tenha errado e talvez priorizado os lucros e não tenha tomado as medidas necessárias de segurança. Isso poderia ser feito de uma maneira muito segura com um veículo não tripulado e com as pessoas confortavelmente dentro de um navio assistindo às imagens em tempo real e até dirigindo esse veículo com um joystick. Agnaldo Martins, oceanógrafo e coordenador da Ufes

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