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Marinha não tem responsabilidade em recolher destroços de submersível

Colaboração para o UOL, em São Paulo

22/06/2023 18h57

A Guarda Costeira dos Estados Unidos e a Marinha não têm responsabilidade de recolher os destroços do submersível Titan, que estava desaparecido no Oceano Atlântico após sair para uma expedição ao Titanic. A afirmação foi feita pelo mergulhador e capitão Guilherme Kodja durante entrevista ao UOL News nesta quinta-feira (22).

A Guarda Costeira ou a Marinha não têm responsabilidade nenhuma de recolher esses destroços do fundo do mar ou procurar. Isso é uma operação privada, de interesse das pessoas, das famílias".

"A Guarda Costeira e a Marinha têm a missão de recuperar vidas no mar. Infelizmente, como não há vidas no mar, elas não estão lá para recuperar destroços", completou

Submersível pode ter implodido antes de chegar ao Titanic, diz Jorge de Souza

O colunista do UOL Jorge de Souza afirmou durante o UOL News que acredita que o submersível Titan implodiu quanto estava em processo de descida, antes mesmo de chegar ao Titanic.

Houve ali uma implosão no próprio domingo. Acho que a implosão deve ter acontecido na própria operação de descida, antes mesmo de chegarem no Titanic. Eles perderam o contato com 1h45 de descida e a previsão era de em torno de 2h, então acredito que aconteceu antes mesmo de eles chegarem".

Souza ainda descartou a possibilidade de que o problema tenha ocorrido após batidas dos ocupantes do submersível de dentro para fora.

Existe uma outra tese de que a implosão pode ter sido causada por uma fissura, rachadura milimétrica que pode desencadear, que ela pode ter sido causada pelo próprio ato desesperado deles ficarem batendo no casco. Eu acredito que não".

'Titanicmania' não vai acabar, mas turismo pós-acidente exigirá mais cautela, diz Jorge de Souza

Jorge de Souza foi questionado sobre a decisão de pessoas de aceitarem entrar em um submersível que já havia apresentado falhas anteriores e correr um risco tão grande para essa expedição. Souza afirmou que a culpa disso é de algo que ele chama de "Titanicmania".

O que move as pessoas nesse caso específico é a Titanicmania. O Titanic é uma história fenomenal, tem uma capacidade de fascinação nas pessoas que é incrível, a ponto da pessoa se sujeitar ao risco e pagar uma fortuna para visitar escombros de um navio".

O colunista do UOL ainda disse que esse acidente, com tamanha repercussão, deve levar as próximas expedições a serem mais cautelosas.

Acredito que esse acidente vai exigir que as próximas expedições sejam mais cautelosas e que as autoridades, principalmente do porto de onde parte, geralmente do Canadá, sejam mais rigorosas na fiscalização. Mas continuará sendo uma operação de risco".

Alcoforado: Bilionários do submarino são exemplo do arquétipo explorador que quer mostrar exclusividade

O colunista do UOL Michel Alcoforado afirmou durante o UOL News que os bilionários que acabaram mortos no acidente com o submersível são exemplos do arquétipo explorador que quer mostrar exclusividade.

Às vezes, o dinheiro leva o juízo e dá um senso e uma coragem que acaba terminando mal. Tem um ponto importante que a gente não pode esquecer que, com exceção talvez do piloto, todos os outros participantes eram ricos ou bilionários. Isso não me choca. Esse é o tipo de comportamento que é típico das elites mundiais".

"Para você provar ou poder gozar da possibilidade da sua posição de rico, de bilionário, você não precisa ter só dinheiro, precisa mostrar para os outros que tem. E a busca por exclusividade é um caminho fundamental na invenção dessa diferença. O brinquedinho é novo, mas a estratégia é a mesma", completou.

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