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Putin 'sumido', ogivas nucleares: o que se sabe sobre rebelião na Rússia

Do UOL, no Rio

24/06/2023 18h09Atualizada em 24/06/2023 21h01

Mesmo após o Grupo Wagner recuar e abandonar sua ofensiva paramilitar contra o governo de Vladimir Putin, ainda há muitos pontos obscuros na maior crise militar interna na Rússia desde o início da década de 1990. Veja em cinco pontos o que se sabe sobre a situação.

Como a crise começou?

No dia 10 de junho, o Ministério da Defesa russo emitiu uma ordem obrigando todos os grupos mercenários que lutam na Guerra da Ucrânia a assinar contratos formais com o governo.

A medida foi vista como uma retaliação às críticas feitas pelo líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, às lideranças militares russas. Em maio, os mercenários comandados por ele tomaram a cidade de Bakhmut, na província ucraniana de Donetski, em uma das batalhas mais sangrentas da guerra.

Prigozhin recusou-se a aceitar o comando formal dos militares russos sob sua organização paramilitar e rebelou-se.

Início da ofensiva

Nesta sexta-feira (23), Prigozhin iniciou uma ofensiva a partir da cidade de Rostov-do-Don, área importante para os esforços de guerra russos na Ucrânia.

Após acusar os militares russos de bombardearem seus homens, tomou instalações militares russas na cidade e disse ter abatido um helicóptero das forças regulares russas.

A partir daí, avançou pela rodovia M-4, que liga o sul da Rússia a Moscou. Foram registrados combates em cidades como Pavlovsk e Voronezh, onde um depósito de petróleo explodiu.

Onde está Putin?

O paradeiro do presidente russo, Vladimir Putin, neste sábado (24) é incerto.

Informações do site Flight Radar, que monitora o tráfego aéreo mundial, apontam que o avião no qual o Putin viaja teria decolado do aeroporto de Moscou às 14h16.

O voo chegou na região de Tver, no noroeste de Moscou e onde Putin mantém uma de suas residências. De lá, porém, os registros sobre o avião desapareceram.

Oficialmente, o porta-voz do governo russo afirmou nesta manhã que Putin está trabalhando em seu escritório no Kremlin.

Diante do avanço do Grupo Wagner, diversos prédios públicos em Moscou foram cercados por tropas. A Praça Vermelha, onde fica o Kremlin, sede do governo, foi fechada. Países vizinhos também reforçaram segurança nas fronteiras.

O que houve com as armas nucleares?

Atacada pelo Grupo Wagner, Voronej, a capital de uma província de mesmo nome, abriga um dos depósitos de ogivas nucleares em uma base aérea.

Não há notícias de que as instalações tenham sido violadas pelos mercenários, mas combates entre helicópteros e comboios militares do Grupo Wagner foram registrados na região.

O que prevê o acordo?

A ofensiva do Grupo Wagner foi interrompida após o governo de Belarus mediar um acordo entre os mercenários e a Rússia.

O acordo prevê que os mercenários que participaram da ofensiva em território russo sejam anistiados.

O mesmo vale para Prigozhin, que deve se exilar em Belarus. Segundo a rede de TV americana CNN, ele deixou o quartel-general de Rostov-do-Don na carroceria de uma caminhonete na noite deste sábado.

Os mercenários — parte deles presidiários contratados em troca de remissão de suas penas — que desejarem serão admitidos no Exército russo.