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'Pensei que eu ia morrer', diz sobrevivente de teleférico no Paquistão

Seis crianças e dois adultos foram resgatados na terça-feira após terem ficado horas dependurados a centenas de metros no ar, em um teleférico cujo cabo arrebentou no Paquistão. Em entrevista ao jornal The Guardian, eles falaram sobre os momentos de tensão que viveram.

O que eles disseram:

Attaullah, 16 anos, contou que estava indo para a escola por volta das 7h30 de terça-feira para receber os resultados das provas, usando o teleférico, quando o cabo se rompeu.

O adolescente disse que não tinha esperança de sobreviver. "Fiquei com muito medo e todas as crianças começaram a gritar. Começamos a nos abraçar enquanto ele [o teleférico] estava pendurado. Pensei que eu ia morrer", disse o menino, que vive em uma aldeia na região montanhosa de Allai, ao The Guardian.

"Depois de quatro horas, o primeiro helicóptero militar pairou sobre nossas cabeças e ele tentou o seu melhor, mas não conseguiu. O segundo helicóptero também retornou sem sucesso. Fiquei muito preocupado porque os helicópteros não estavam tendo sucesso e achei que morreríamos logo", disse Attaullah.

O mais novo da turma, Ibrar Ahmed, de 13 anos, disse que muitas vezes perdeu a esperança.

"Achei que era o menor e que morreria antes de qualquer um. Fiquei sem esperança quando não vi nenhuma ajuda. Depois fiquei esperançoso quando o exército resgatou Irfanullah e perdi a esperança novamente quando escureceu e o exército interrompeu as operações do helicóptero. Mas aí recuperei a esperança quando um homem local resgatou o segundo menino", disse Ahmed.

Rizwanullah, 15 anos, disse que viu a morte diante dos olhos: "O vento estava muito forte e o teleférico estava pendurado e não tinha portas laterais há mais de um ano. Todo mundo estava chorando", contou.

Tentando manter a calma

As crianças disseram que Gul Faraz, 24, um morador local que estava com elas no teleférico, lhes dizia a todo tempo que eles sobreviveriam. Foi Faraz quem deu o alarme.

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"Para ser sincero, por mais que eu estivesse acalmando as crianças e dizendo-lhes que sobreviveríamos, não via nenhuma chance de isso acontecer. Foi uma situação caótica. Mas eu estava lutando para encontrar maneiras e meu telefone nos salvou", declarou ao jornal.

Faraz fez muitas ligações e conseguiu avisar seu irmão mais velho, clérigos locais e amigos sobre o incidente com o teleférico. "Por mais de uma hora não havia serviço de telefonia móvel no teleférico. Assim que surgiu o sinal, liguei para todos que conhecia".

O professor Fayyaz Ali criticou a falta de manutenção nos equipamentos: "É como se não agíssemos até que surja uma crise. Por exemplo, temos quatro professores para 326 alunos. Ninguém aqui se preocupa com as questões que importam e o mesmo aconteceu na terça-feira. As autoridades devem agir quando tomam conhecimento de um problema, e não quando este se torna um problema internacional", disse ao The Guardian.

Os oito passageiros foram resgatados em uma operação que contou com homens do exército e o auxílio de helicópteros e que durou mais de 16 horas, incluindo várias tentativas de resgate malsucedidas, sob ventos fortes e pouca luz.

O teleférico cobrava R$ 0,60 (10 rúpias) dos estudantes por uma travessia, e outros cobravam R$ 1,20 (20 rúpias).

Na quarta-feira, a polícia prendeu Gul Zarin, proprietário do teleférico, sob a acusação de ignorar as medidas de segurança.

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