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No G20, Lula encontra Macron e príncipe saudita que deu joias a Bolsonaro

No último dia da cúpula do G20, o presidente Lula (PT) teve encontros com Emmanuel Macron, líder francês, e com o príncipe saudita Mohammed bin Salman —o mesmo que presentou Jair Bolsonaro (PL) com joias.

O que aconteceu

Encontro com Mohammed bin Salman aconteceu após agenda ser primeiramente cancelada. O príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita alegou uma urgência no sábado (9).

No passado, outra reunião entre ambos foi cancelada por Lula. Lula e bin Salman deveriam ter se encontrado em junho, durante uma cúpula promovida por Macron em Paris. No entanto, Lula cancelou alegando "cansaço". A reunião aconteceria após a revelação do escândalo das joias entregues a Bolsonaro, que desencadeou uma investigação no STF.

Príncipe é acusado de mandar matar jornalista na Arábia Saudita. Segundo relatório de inteligência dos EUA divulgado em 2021, Bin Salman aprovou uma operação para capturar e matar o jornalista Jamal Ahmad Khashoggi, crítico do regime de sua família, num consulado do país em Istambul, na Turquia, em 2018. O corpo do jornalista dissidente foi desmembrado, e seus restos mortais nunca foram localizados.

No G20, conversa tratou de Brics e investimentos sauditas no Brasil, informou o Palácio do Planalto. A Arábia Saudita ingressou no grupo junto a outros cinco novos países em agosto. "Empresários e autoridades sauditas devem visitar o Brasil em breve para conhecer a carteira de projetos do Novo PAC que estão abertos a investimentos estrangeiros", afirma um comunicado.

Lula não recebeu presentes do príncipe, informou a assessoria de imprensa do presidente ao ser questionada pelo UOL. O petista comentou o encontro em uma publicação no X, antigo Twitter:

Macron deve visitar o Brasil em 2024

Lula "reforçou o convite" para que Macron faça primeira visita oficial ao Brasil. Uma nota publicada pelo Palácio do Planalto afirmou que ambos trataram do assunto em um encontro neste domingo (10).

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Acordo UE-Mercosul volta a pauta. Lula teria reforçado pendências para a aprovação final do acordo de colaboração entre os blocos, como a inflexibilidade do Brasil em não desistir das chamadas compras governamentais. O texto está em análise no Parlamento Europeu.

Países podem reeditar ano de trocas culturais em 2025. O informe do Planalto destacou que Lula e Macron também conversaram sobre a possibilidade de uma programação de intercâmbio cultural entre os dois países — o Ano do Brasil na França e o Ano da França no Brasil, eventos realizados em 2005 e 2009, respectivamente.

Lula assume presidência do G20 e cobra discussão sobre desigualdade

Em discurso, Lula disse que não quer que assuntos de geopolítica sequestrem a agenda de desenvolvimento.

Nós não podemos deixar que questões geopolíticas sequestrem a agenda de discussões das várias instâncias do G20. Não nos interessa um G20 dividido. Só com uma ação conjunta é que podemos fazer frente aos desafios dos nossos dias. Precisamos de paz e cooperação em vez de conflitos.

Presidente anuncia forças-tarefas contra fome e pelo clima. Segundo Lula, serão estipuladas a Aliança Global contra a a Fome e a Pobreza e a Mobilização Global contra a Mudança do Clima.

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Precisamos redobrar os esforços para alcançar a meta de acabar com a fome no mundo até 2030, caso contrário estaremos diante do maior fracasso multilateral dos últimos anos.

Lula recebeu apoio de Modi para sediar COP em Belém, bem como para mudanças no Conselho de Segurança. Em um comunicado, o Palácio do Planalto afirmou que ambos discutiram possíveis mudanças nas cadeiras fixas do Conselho da ONU.

Assista à íntegra do discurso de Lula ao assumir a presidência do G20:

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