'Investigação das joias tem foro no STF por conexão', defende Flávio Dino
![Flávio Dino realizou coletiva para tratar da operação da PF focada no caso do assassinato de Marielle Franco. Flávio Dino realizou coletiva para tratar da operação da PF focada no caso do assassinato de Marielle Franco.](https://conteudo.imguol.com.br/c/parceiros/c1/2023/07/24/flavio-dino-realizou-coletiva-para-tratar-da-operacao-da-pf-focada-no-caso-do-assassinato-de-marielle-franco-foto-tania-regoagencia-brasil-1690208725552_v2_900x506.jpg)
O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), defendeu nesta quinta-feira (31) que o caso sobre as joias deve continuar no STF (Supremo Tribunal Federal), diferentemente do que argumentam os investigados.
Em uma análise técnica, creio que é cabível a aplicação do artigo 76 do Código de Processo Penal, que trata da competência por conexão. Então tem que reunir tudo na mesma instância
Flávio Dino, ministro da Justiça
O artigo citado pelo ministro lista casos em que a competência no Judiciário deve ser determinada por conexão em alguns casos:
Se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras.
Se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas.
Quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração.
A entrada irregular no país de joias dadas de presente por autoridades da Arábia Saudita a Jair Bolsonaro (PL) começou a ser investigada na Justiça Federal em Guarulhos (SP). Depois, o caso foi enviado para o STF, por envolvimento do ex-presidente, que teria praticado atos irregulares quando estev à frente da Presidência da República.
Ontem, o procurador-geral da República Augusto Aras avaliou o plenário do STF deverá "em algum momento' decidir sobre o foro privilegiado do ex-presidente" . Em entrevista ao portal Metrópoles, o PGR disse que a eventual decisão do Supremo neste caso poderá arrastar os casos que envolvem o ex-presidente para a 1ª instância judicial, inclusive com anulação de provas.
Hoje, oito depoimentos ocorrem simultaneamente na Polícia Federal para confrontar versões. Bolsonaro e a ex-primeira dama Michelle ficaram em silêncio. A defesa argumenta que houve usurpação do foro indicado para processar o assunto.
Também foram à PF para prestar depoimento o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o advogado Fabio Wajngarten, o ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República general Mauro Lorena Cid, o advogado Frederick Wassef e dois assessores de Bolsonaro, Marcelo Câmara e Oscar Crivelatti.
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