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Sobrevivente de ataque em rave diz que viu amiga ser estuprada pelo Hamas

Em foto do dia 7 de outubro, um militante do Hamas aparece armado na mesma região em que ocorreu o massacre de pessoas que estavam em uma festa eletrônica no deserto de Negev Imagem: 7.out.2023 - Reprodução/Telegram/South First Responders via AFP

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/10/2023 16h37

Uma das sobreviventes do ataque do Hamas a um festival de música no sul de Israel, próximo à Faixa de Gaza, no sábado (7), disse ter visto uma amiga ser estuprada por membros do grupo extremista.

O que aconteceu:

Hila Fakliro trabalhava como bartender no festival e relatou que os ataques tiveram início por vias aéreas, o que provocou alvoroço e dispersou as pessoas que estavam na rave. A israelense contou os detalhes em entrevista à Sky News.

Fakliro explicou que ficou deitada no chão por cerca de 30 minutos para só depois tentar sair do local. Entretanto, ela destacou que policiais haviam fechado uma entrada e, na luta para sobreviver, abandonou o carro e buscou esconderijo.

"Quando no viramos, a gente viu mais de 20 terroristas com roupas pretas atirando em todos os lugares. Eles atiravam em todo mundo. Se você estivesse vivo, era um alvo", declarou.

A jovem contou que correu por cerca de quatro horas sem acesso à água e à internet, até conseguir encontrar soldados israelenses. Posteriormente, ao tentar localizar seus amigos que também estavam no festival, ela disse ter encontrado um vídeo nas redes sociais que mostrava uma de suas amigas sendo violentada pelos extremistas.

"Eles estavam sentados em cima dela, estuprando, e fazendo muitas coisas que não posso dizer. Conheço quatro pessoas que morreram nos ataques e tenho dois amigos que estão desaparecidos. Odeio dizer isso, mas espero que eles não estejam vivos. Porque você não sabe o que estão fazendo com eles", falou.

O ataque à rave foi um dos mais mortais no primeiro dia da invasão do Hamas ao território israelense. Pelo menos 260 corpos já foram localizados e dezenas de outras pessoas que estavam no evento continuam desaparecidas.

Netanyahu formou governo de emergência em Israel

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se uniu à oposição a seu governo e criou um governo de emergência em meio à guerra contra o grupo extremista Hamas.

Na prática, o acordo funciona como uma espécie de "carta-branca" para o premiê tomar medidas de emergência sem o bloqueio de oposicionistas. Isso ocorre porque os partidos governistas não têm maioria no Parlamento israelense, o que permite que a oposição possa vetar propostas do governo.

Governo será formado por Netanyahu, líder oposicionista e um pequeno número de ministros. O anúncio da formação desse governo foi feito em pronunciamento conjunto por Netanyahu e Benny Gantz, líder do partido oposicionista Unidade Nacional.

Gantz também pediu a criação de um "gabinete de guerra". Esse grupo seria formado somente por ele, Netanyahu e o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant. O jornal The Times of Israel diz que, mesmo assim, o premiê teria insistido para ter a palavra final nesse gabinete.

Ataques sobre Gaza deslocam 263 mil palestinos e atingem 12 mil prédios

A ONU aponta que mais de 263 mil palestinos foram deslocados de suas casas, como resultado dos mísseis disparados na contraofensiva de Israel sobre Gaza.

Mais de 175 mil pessoas deslocadas estão sendo acolhidas em escolas da UNRWA, a agência da ONU para os refugiados palestinos.

Mais de mil residências em Gaza foram destruídas e cerca de 560 foram gravemente danificadas e tornadas inabitáveis. Outras 12,6 mil sofreram danos menores, segundo dados publicados pela ONU nesta quarta-feira (11).

10.out.2023 - Palestinos nas ruínas de um bairro da Cidade de Gaza, destruído por bombardeios israelenses Imagem: AP - Fatima Shbair

Os ataques aéreos israelenses também danificaram sete instalações que forneciam água e serviços de saneamento a mais de 1,1 milhão de pessoas, informou a ONU. Em algumas zonas, os esgotos e os resíduos sólidos acumulam-se nas ruas, constituindo um perigo para a saúde.

Os 13 hospitais e outras instalações de saúde em Gaza estão apenas parcialmente operacionais devido à escassez de abastecimento e ao racionamento de combustível. O hospital de Beit Hanoun está também inacessível devido aos danos causados nas zonas circundantes.

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