Drones e 3 mísseis: o que se sabe do ataque do Iêmen contido pelos EUA

Um navio de guerra da Marinha dos EUA que está no Mar Vermelho interceptou, na noite desta quinta-feira (19), ataques que teriam vindo do Iêmen. Até o momento, não foi identificado qual era o alvo dos mísseis.

O que se sabe sobre o ataque?

Foram interceptados três mísseis de ataque terrestre e vários drones. Enquanto Israel continua a atacar Gaza, os EUA estão em alerta para as atividades de grupos apoiados pelo Irã -- o país é um notório apoiador de grupos militantes anti-Israel no Oriente Médio.

Grupo rebelde do Iêmen pode ser responsável. Apesar de ainda não ter ficado claro de onde os mísseis foram lançados, eles podem ter sido disparados pelo grupo rebelde houthis, apoiado justamente pelo Irã, segundo a ABC News.

O Iêmen vive há oito anos uma guerra entre os rebeldes houthis — que controlam a capital, Sanaa, e outras localidades do país— e o governo, apoiado por uma coligação militar.

Israel como alvo. Ainda assim, o general Pat Ryder afirmou que os mísseis se dirigiam para o norte do Mar Vermelho, possivelmente em direção a Israel. Não houve relatos de feridos e o oficial reforçou que o navio de guerra norte-americano não parecia ser o alvo.

"Ameaça potencial". Ryder disse também que os mísseis foram abatidos porque "representavam uma ameaça potencial" com base no seu perfil de voo, acrescentando que os EUA estão preparados para fazer o que é necessário "para proteger os parceiros e interesses nesta importante região". Ele garantiu que os EUA ainda estão avaliando qual era o alvo.

Disparos de volta. Em resposta aos ataques, o navio também teria feito disparos na direção do Iêmen, disseram as autoridades dos EUA.

Outros ataques. O Pentágono afirmou também que as tropas dos EUA no Iraque e na Síria foram atacadas várias vezes nos últimos dias. Segundo a BBC, um desses ataques teria causado danos leves a "um pequeno número de soldados".

Quem são os houthis?

Mapa mostra países do Oriente Médio
Mapa mostra países do Oriente Médio Imagem: Reprodução / Cacahuate via Wikimedia Commons
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Controle no Iêmen. As milícias xiitas houthis invadiram e assumiram o controle de Sanaa, capital do Iêmen, em setembro de 2014. Na época, a ação visava exigir uma maior participação dos xiitas no governo e na tomada de decisões no país. Meses depois, o gabinete do governo renunciou e os houthis se consolidaram como o poder de fato no país árabe.

Os houthis seguem uma corrente do islamismo xiita conhecida como zaidismo. O nome do grupo deriva de Hussein Badr Eddin al-Houthi, que liderou a primeira revolta do grupo, em 2004, em uma tentativa de conseguir mais autonomia para a província de Sadá e também para proteger a religião zaidista e suas tradições culturais.

Apoio do Irã. Nos últimos anos, a instabilidade tem sido uma realidade constante em praticamente todas as regiões do Iêmen. Nesse contexto, acredita-se que os rebeldes recebem apoio militar, financeiro e político do Irã. Ambos negam a associação.

*Com reportagem publicada em 23/01/2015

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