ONU perde cada fez mais força: 'Ruim com ela, pior sem ela', diz professora
Apesar da ONU estar perdendo cada vez mais força no cenário global, ainda é um fórum essencial por sua capacidade de gerar interlocução entre grandes potências internacionais, afirmou a professora de política internacional Danielle Ayres em entrevista ao UOL News da manhã desta sexta-feira (27).
Com mais de 50 apoios de várias partes do mundo e o provável voto favorável do Brasil, a Assembleia Geral da ONU se reúne nesta sexta-feira (27) para votar uma resolução que vai pedir uma trégua humanitária na Faixa de Gaza e uma negociação para o fim da guerra entre Israel e Hamas.
A gente pode traduzir em uma fala: 'Ruim com a ONU, pior sem a ONU'. O fato é que ela vem sendo esvaziada não só por causa desse conflito, porque, de alguma forma, desde a questão da guerra entre Rússia e Ucrânia e de toda dimensionalidade da construção de uma nova ordem internacional, a ONU vem sendo cada vez mais enfraquecida como fórum internacional ou global onde as decisões multilaterais devem ser prioridade.
Isso, por um lado, é uma estratégia de alguns estados, por outro parece ser muito temerário. Se há capacidade de pelo menos criar interlocução entre as potências, mesmo que ela seja desigual, como é o Conselho de Segurança, o fórum está criado e você pode trazer questões que são muito importantes para a sociedade internacional que podem ser discutidas nesse espaço.
Você criou toda uma estrutura desde o final da Segunda Guerra Mundial que pode alcançar os rincões mais distantes do mundo e ter algum impacto. Se a gente perde essa organização, o que será do futuro das relações do espaço internacional? Vamos voltar a algum tipo de individualismo, o que chamamos de mundo realista, em que cada um defenderá seus próprios interesses em detrimento da sua autopreservação, não priorizando o multilateralismo, que parece ser algo benéfico principalmente para aqueles países com menos capacidade de ação no sistema internacional.
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