Hipopótamos de Escobar: Por que animais serão sacrificados na Colômbia?
A reprodução sem controle e os danos provocados pela espécie invasora - que incluem até mesmo ataques a pescadores - são os motivos que fundamentaram a decisão do governo da Colômbia de sacrificar alguns dos 166 "hipopótamos de Pablo Escobar".
Susana Muhamad, ministra do Meio Ambiente, informou que a "eutanásia" será uma das medidas para prevenir os prejuízos provocados pelos mamíferos na região do rio Magdalena, um dos mais importantes do país.
Não foram revelados quantos hipopótamos serão mortos e nem quando este processo será iniciado.
Além do sacrifício, o governo também deve recorrer à esterilização e ao envio dos animais para outros países.
Em agosto, autoridades anunciaram que 60 hipopótamos seriam enviados para a Índia, 10 para o México e outros 5 para as Filipinas.
Por que "hipopótamos de Escobar"?
A atual população de hipopótamos da Colômbia é descendente de animais provenientes da África comprados por Pablo Escobar nos anos 1980 para seu zoológico pessoal na fazenda Nápoles, na região de Magdalena Medio. Outras espécies, como zebras, elefantes e girafas, também foram importadas pelo narcotraficante.
Após a morte do criminoso em 1993 e a intervenção do governo em suas propriedades, os hipopótamos ficaram desamparados e começaram a se reproduzir.
Sem predadores naturais na América do Sul, eles passaram a tomar conta não só da área de 22 km² da propriedade, como também do rio Magdalena. Alguns animais chegaram a atacar pescadores.
Segundo cálculos do ministério do Meio Ambiente, a quantidade recorde atual de 166 hipopótamos pode chegar a mil animais até 2035 caso sua reprodução não seja freada.
Qual o problema com os "hipopótamos de Escobar"?
"Espécies exóticas invasoras" referem-se a organismos, como plantas, animais e microrganismos, que são introduzidos em ambientes onde não são nativos. Um exemplo notório são os hipopótamos de Pablo Escobar, cujo habitat natural são países africanos, não a Colômbia.
Esse fenômeno tem um impacto significativo na biodiversidade, sendo considerado pela União Internacional para Conservação da Natureza (The World Conservation Union - IUCN) como a segunda principal causa de extinção da diversidade biológica.
Quando animais, plantas ou microorganismos são inseridos em ecossistemas aos quais não pertencem originalmente, adaptam-se e passam a dominar, comprometendo os processos naturais e prejudicando organismos nativos.
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