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Brasileira de 36 anos é achada desacordada, é socorrida, mas morre nos EUA

Uma brasileira de 36 anos foi encontrada desacordada pela filha, foi socorrida, mas morreu no hospital na madrugada de segunda-feira (6), na cidade de Waterbury, no estado de Connecticut, nos Estados Unidos. A família da brasileira está fazendo vaquinhas (clique aqui) para arcar com o traslado do corpo ao Brasil.

O que aconteceu:

A profissional de limpeza Suênia Andrade Mol foi encontrada deitada, desacordada e pálida pela filha de 11 anos no próprio apartamento. A menina chamou o pai, que acionou o socorro.

Os bombeiros socorreram e levaram a brasileira, com suporte de oxigênio, ao hospital Saint Mary's, em Waterbury, mas a brasileira não resistiu e morreu.

A causa da morte ainda não foi divulgada e a família aguarda a conclusão das investigações, informou Iasmin Mol, prima de Suênia, ao UOL.

O marido de Suênia, que não teve o nome divulgado, chegou a ser encaminhado à delegacia, mas foi liberado. Não foi informada a razão pela qual o companheiro de Suênia foi levado pelos agentes. As autoridades locais foram descritas à reportagem como órgãos que atuam com "discrição", não divulgando informações de casos, e que demoram para concluir os laudos de investigações.

Suênia deixa a filha de 11 anos. A criança está sob os cuidados de uma vizinha provisoriamente, enquanto a família da brasileira está em contato com o consulado para resolver questões em torno da guarda da menina.

Ao UOL, o Itamaraty afirmou que foi informado do caso, que mantém contato com as autoridades locais para apurar o ocorrido e que presta assistência consular aos familiares da brasileira.

A profissional da limpeza e o marido são naturais de Ipatinga, em Minas Gerais. Suênia se mudou com ele para os Estados Unidos em janeiro de 2022. A mudança ocorreu porque a brasileira "buscava condições melhores para a família e, principalmente, para a filha", explicou Iasmin.

Brasileira tentava se separar do marido

Uma amiga de Suênia, sob condição de anonimato, disse ao UOL que a profissional da limpeza tentou se separar do marido "inúmeras vezes", mas era ameaçada.

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Ela [Suênia] sofreu algumas ameaças. Ele era agressivo. Não sei até onde iam essas ameaças. Mas ela sofreu muito. Eu sei que ele [o marido] ameaçava, sim, bater nela algumas vezes. Ela estava muito triste.
Amiga de Suênia ao UOL

Na terça-feira (7), um dia depois da morte da brasileira, estava prevista a mudança dela e da família para um novo apartamento. No sábado (4), Suênia mandou uma mensagem para a amiga "super feliz" e enviando fotos avisando que a mudança ocorreria na terça.

Aos familiares, a brasileira costumava não falar sobre o casamento, mas dizia que estava feliz por estar "prosperando" no trabalho e conquistando coisas para ela e a filha.

As nossas conversas [da família] com ela eram sempre o quanto ela estava feliz, realizada e como as coisas estavam prosperando para ela e, principalmente, para filha. Ela realmente ia mudar [de apartamento] para melhorar para elas, era uma casa maior é que traria mais conforto para a filha, ajudando também nos estudos dela.
Iasmin Mol, prima de Suênia, ao UOL

Vaquinha para translado

A família de Suênia está fazendo duas campanhas de arrecadação, sendo uma no Brasil (clique aqui para conferir) e outra nos Estados Unidos (clique aqui), para conseguir pagar o traslado do corpo ao território brasileiro.

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A campanha do Brasil tem a meta de R$ 100 mil e já arrecadou R$ 20.582,93, com 460 doações, até o momento de publicação desta reportagem. Já a campanha em inglês pretende conseguir US$ 20 mil (cerca de R$ 99 mil), e arrecadou US$ 3.635 (aproximadamente R$ 17.940,18).

Amigos lamentam morte de brasileira

Poliane Santos, amiga de Suênia que vive nos EUA, disse ao UOL que a amiga era "guerreira" e trabalhava muito para conquistar os seus objetivos e dar um bom futuro para a filha. A amiga afirmou esperar que as arrecadações batam as metas para conseguir trazer o corpo da amiga ao Brasil.

Eu não tenho nem palavras para expressar o que estou sentindo. Eu não consigo acreditar ainda. Sou amiga da Suênia há muitos anos, desde 2008. E aqui, [nos Estados Unidos], ela era única pessoa mais próxima que eu tinha. Estou muito triste, só consigo pensar em finalizar a vaquinha e poder levar ela para família.
Poliane Santos

Já Iasmin comentou que a família está triste com o falecimento repentino da brasileira.

Estamos muito tristes, principalmente, com as circunstâncias. Ela era nova, estava realizando seus sonhos e partiu de repente e sem explicações. Pra gente foi um choque e dói bastante. Só queremos poder trazer o corpo dela para podermos nos despedir adequadamente.
Iasmin Mol, prima de Suênia, ao UOL

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Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

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