Conteúdo publicado há 7 meses

Josias: Nem a morte é capaz de lavar a biografia de Henry Kissinger

Com uma biografia repleta de passagens controversas, o ex-secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger, que morreu nesta quarta (29) aos 100 anos, está longe de ser lembrado como um "santo". A avaliação é do colunista Josias de Souza, em participação no UOL News desta quinta (30).

Há uma mania nas altas esferas de poder de santificar os mortos. A morte costuma ser de uma eficácia promocional hedionda. Mas no caso do Henry Kissinger, que exerceu um poder inaudito, nem a morte é capaz de lavar a biografia. Mesmo os mais fanáticos cultores da personalidade terão dificuldade para higienizar a reputação dele. Josias de Souza, colunista do UOL

Josias citou algumas das diversas passagens polêmicas na biografia de Kissinger, como o apoio e o envolvimento no golpe de Estado promovido por Augusto Pinochet no Chile, em 1973. O colunista também lembrou da controversa atuação do ex-secretário de Estado dos EUA na Guerra do Vietnã, que lhe rendeu um polêmico Nobel da Paz.

Ele foi aliado das ditaduras sul-americanas, inclusive a brasileira. Apoiou a célebre Operação Condor, estruturada para executar inimigos de ditadores no exterior. Outra evidência que realça a frieza que norteou a atuação do Kissinger foi observada na Guerra do Vietnã. Embora reconhecesse a derrota americana, ele avalizou o bombardeio no norte do Vietnã antes da saída das tropas. Ele fez isso só para disfarçar a atmosfera de derrota.

Esse fica difícil. Nem a morte lava essa biografia. Sem prejuízo dos méritos intelectuais do personagem e da importância dele, não dá para santificá-lo. Josias de Souza, colunista do UOL

Análise: COP28 receberá Lula com certo alívio; Brasil parou de andar para trás

Após o descaso do governo de Jair Bolsonaro em relação às questões ambientais, a delegação brasileira deve ser recebida com alívio pela COP28, que começa nesta quinta (30) em Dubai, por retomar a preocupação com a agenda climática. A análise é do jornalista e editor do Reset Sérgio Teixeira Júnior, que vê o Brasil assumir papel de destaque no evento com as ausências de Estados Unidos e China.

Uma coisa importante da presença do Lula em Dubai é a volta do Brasil como um participante ativo das negociações. A diplomacia brasileira tem muita experiência nos assuntos climáticos, mas durante os anos Bolsonaro ela ficou observando de fora, digamos assim. Existe uma expectativa bem grande de um papel mais ativo dos diplomatas brasileiros.

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Lula terá algumas coisas para mostrar, como a redução do desmatamento e alguns pontos que ainda não estão muito bem ajustados, que é o plano de transição ecológica. Lula será recebido com certo alívio. Falta muito para ser feito no Brasil e no mundo, mas pelo menos o Brasil parou de andar para trás. Isso não é pouca coisa, sabendo do que vimos nos quatro anos do governo de Bolsonaro. Sérgio Teixeira Júnior, jornalista e editor do Reset

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