'Não há o que temer', diz presidente da Guiana sobre referendo na Venezuela
O presidente da Guiana, Irfaan Ali, disse em transmissão nas redes sociais que "não há nada a temer" sobre o referendo da Venezuela para anexar a região de Essequibo.
O que aconteceu
"Nossa vigilância vai aumentar", afirmou Ali. "Estamos trabalhando contra o relógio para que nossas fronteiras sejam mantidas intactas e que as pessoas do nosso país continuem em segurança", disse o presidente guianense. O pronunciamento foi feito pela manhã, antes de o referendo começar.
Desafios trazem o que há de melhor nas pessoas e nós, como guianenses, vamos passar por isso. O sentimento de patriotismo, amor e unidade é uma coisa que devemos levar adiante nesse desafio. Sempre dizemos que a diplomacia é nossa primeira linha de defesa. Nós temos uma posição muito forte nessa linha de defesa.
Irfaan Ali
Sem citar Nicolás Maduro, o presidente da Guiana também acusou o governo venezuelano de "roubar" o país. Em outro evento, também transmitido nas redes, Ali disse que o povo venezuelano é "bonito", mas está sendo influenciado pelas autoridades. "Estamos mobilizados para que a população de Essequibo tenha segurança alimentar e um futuro garantido", acrescentou.
Venezuela decide se anexa 70% da Guiana
Os eleitores terão que dizer se são favoráveis que a região de Essequibo, rica em reservas de petróleo, seja incorporada à Venezuela.
Anunciada em 10 de novembro pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, a medida tem caráter "consultivo". Essequibo tem 160 mil km² , o equivalente a 70% da Guiana.
A consulta terá a duração de três dias e, em princípio, não terá "consequências legais". Ou seja, ainda que a proposta seja aprovada, não há garantias de que será implementada.
O referendo tem cinco perguntas, nas quais os eleitores devem responder "sim" ou "não". Entre elas, se os cidadãos são favoráveis à incorporação do território — que passaria a ser chamado de Guiana Essequibo.
Outra questão é se o país poderia conceder nacionalidade venezuelana aos cidadãos da região disputada. As perguntas do plebiscito foram aprovadas pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) da Venezuela em outubro.
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