Análise: Se Maduro seguir cartilha de Putin, Brasil não terá como contê-lo
Caso Nicolás Maduro siga a cartilha do russo Vladimir Putin no contexto de tensões da Venezuela com a Guiana, o Brasil não terá como conter o presidente venezuelano. A análise é do professor de relações internacionais da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), Gunther Rudzit, feita durante o UOL News desta sexta-feira (8).
O governo de Nicolás Maduro tomou a decisão de anexar Essequibo, [...] isso mostra efetivamente o que ele está querendo com o grande objetivo de se manter no poder ano que vem. Se esse efetivamente é o objetivo e seguindo a cartilha de Vladimir Putin, [Maduro] vai caminhar para isso e o governo brasileiro não vai ter condições nenhuma de conseguir reverter esse processo. Gunther Rudzit, professor de relações internacionais
Se efetivamente se espera conter qualquer possível loucura que os venezuelanos viessem a tomar e invadir o território brasileiro, o exército brasileito tinha que acelerar a chegada dos Centauro 2, veículo caça tanque que comprou da Itália. [...] Nossa capacidade é muito baixa, até porque não oferece esse perigo imediato, mas são medidas que têm que ser tomadas. Gunther Rudzit, professor de relações internacionais
O professor diz que o mundo vive hoje um cenário de nova Guerra Fria com dois blocos de potências evidentes.
O mundo está se contornando em uma nova Guerra Fria em dois blocos. Você tem o Ocidente que está se colocando contra pelo o que especialmente a liderança americana coloca como as autocracias, dê o nome que quiser. Gunther Rudzit, professor de relações internacionais
Mas você tem governos autoritários que estão realmente contestando a ordem mundial estabelecida, capitaneados principalmente por China e Rússia. Não podemos esquecer a declaração conjunta que Vladimir Putin e Xi-Jinping fizeram dia 4 de fevereiro de 2022, 20 dias antes de Putin invadir a Ucrânia oficialmente, eles estavam proclamando uma nova ordem internacional. Gunther Rudzit, professor de relações internacionais
Essa nova ordem mundial estaria levando os dois blocos a buscar apoio e aliados dos países do chamado Sul Global, que o Brasil se insere junto com outros atores internacionais.
Desde então, você tem esses dois blocos buscando apoio do chamado Sul Global, portanto, você tem aliados dos dois lados. Você tem aliados, por exemplo, do lado de Rússia e China como Irã e Venezuela, que se colocam como grande arco de resistência ao capitalismo ianque norte-americano e que a Venezuela desde o Chávez e agora com Maduro é realmente uma parte desse bloco. Gunther Rudzit, professor de relações internacionais
Portanto, queiramos ou não, esse processo já vinha se desenhando e realmente agora desembarcou aqui e temos esse problema na nossa fronteira. Gunther Rudzit, professor de relações internacionais
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