Sindicato ameaça greve após decreto de Milei que vai dispensar servidores
Após o presidente argentino Javier Milei assinar decreto para dispensar funcionários públicos, o sindicato da categoria ameaça convocar uma greve geral a partir de amanhã (27).
O que aconteceu
A Associação dos Trabalhadores do Estado diz que não aceitará nenhum desligamento. "Estamos perante um ataque sem precedente contra os trabalhadores. Amanhã, [teremos] uma mobilização em todo o país e caminhamos para uma greve geral", afirmou Rodolfo Aguiar, secretário-geral do sindicato, à rádio argentina AM 750.
O decreto assinado hoje por Milei afeta cerca de 7 mil pessoas. São casos de contratações firmadas este ano, que venceriam em 31 de dezembro, e não serão renovados.
Há grupos que ficarão isentos da medida e continuarão em suas funções, como pessoas trans ou com deficiência. Também está isento quem "tenha prestado tarefas antes de 1 de janeiro de 2023 e tenha alterado a sua forma de contratação".
O sindicato afirma que todos os trabalhadores "cumprem funções essenciais". "Que ninguém espere que a associação vá aceitar até mesmo uma única demissão", afirma Aguiar.
A categoria também diz que vai dialogar com o Congresso argentino para barrar essa e outras medidas similares. "Se alguém está atingindo a paz social é o próprio governo que decide deixar milhares de famílias na rua neste momento", afirma o secretário-geral do sindicato.
É difícil encontrar precedentes na administração pública de um ataque de tamanha magnitude aos direitos trabalhistas.
Rodolfo Aguiar, secretário-geral do sindicato
Governo pressiona
Desde a semana passada, o governo de Milei tem pressionado contra os protestos. A ministra do Capital Humano, Sandra Pettovello, chegou a dizer que cortaria benefícios de quem participar de atos que bloqueiem vias.
Nas redes sociais, o presidente argentino publicou uma foto antes dos protestos na semana passada com uma foto que dizia "quem bloqueia, não recebe". O Ministério da Segurança divulgou decreto que permite intervenção da polícia e a identificação de manifestantes por meio de câmeras de segurança e drone.
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