Ele comprou brincos Cartier de R$ 60 mil por R$ 66 --e lutou pra recebê-los

Um mexicano comprou brincos de ouro cravejados de diamantes da marca de luxo Cartier por R$ 66 devido a um erro no site da empresa —as peças eram avaliadas em quase R$ 60 mil. Ele precisou recorrer à Justiça, mas conseguiu receber a compra.

O que aconteceu

Rogelio Villarreal, um médico que mora no México, pagou US$ 13 (cerca de R$ 66) por brincos Cartier de US$ 11,6 mil (R$ 59,3 mil). Segundo o jornal The New York Times, o rapaz não conhecia a joalheria francesa, até que um anúncio da marca de luxo apareceu em seu feed do Instagram em dezembro do ano passado.

Ao navegar pelo site, ele notou o par de brincos por um valor muito abaixo dos outros itens da Cartier, uma das marcas de luxo mais conhecidas do mundo. Ele, então, comprou dois pares do item anunciado por apenas 237 pesos mexicanos. A peça em questão é feita em ouro rosé de 18 quilates e é cravejada de diamantes.

Preço ajustado após a compra. No entanto, ainda de acordo com a publicação norte-americana, mais tarde o preço dos brincos foi ajustado no site da Cartier para mais de US$ 10 mil.

Brincos Cartier
Brincos Cartier Imagem: Reprodução / Cartier

Disputa judicial

Assim começou disputa de meses entre consumidor e grife francesa. Villarreal relatou que, cerca de uma semana após a compra, a Cartier deu início a uma série de tentativas de cancelar o pedido. Inicialmente, a marca afirmou que os brincos não estavam mais disponíveis. Depois, representantes da empresa passaram a ligar para o médico.

Eles disseram que "os brincos que eu havia encomendado não estavam com o preço correto, por isso queriam cancelar a compra e que, devido ao inconveniente, me dariam um presente", contou Villarreal. O "brinde" seria uma garrafa de champanhe Cartier Cuvée e um item de couro da marca.

Lei de proteção ao consumidor. Segundo o jornal mexicano El Universal, uma lei federal de proteção ao consumidor no México afirma que um fornecedor de mercadorias "é obrigado a informar e respeitar os preços, taxas, garantias, quantidades, qualidades, medidas, juros, encargos, prazos, datas, modalidades, reservas e demais condições sob cuja entrega do bem ou prestação do serviço tenha sido oferecida, obrigada ou acordada com o consumidor, e em nenhuma hipótese esses bens ou serviços serão negados a qualquer pessoa."

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Valendo-se dessa lei, Villarreal apresentou uma queixa à Profeco (Procuradoria Federal do Consumidor), ainda de acordo com a publicação mexicana. Segundo o El Economista, um jornal da Cidade do México, essa lei é tão conhecida no país que as pessoas usam as redes sociais para chamar a atenção para preços "errados" nos sites de grandes varejistas.

Em publicações feitas no Instagram, Villarreal comentou o caso. "Estão fazendo com que esse caso escale, mas vou chegar até onde tiver de chegar. Tenho provas, vídeos e emails onde eles mesmos [Cartier] se contradizem no que estão fazendo e dizendo."

Situação resolvida

Brincos em mãos. Antes mesmo da audiência de mediação do órgão de defesa do consumidor, a Cartier entregou o pedido de Villarreal.

O rapaz aproveitou para compartilhar em seu perfil no TikTok um vídeo de "unboxing" do artigo de luxo. Juntas, as duas publicações feitas por Villarreal já acumulam mais de cinco milhões de visualizações. Em uma delas, ele mostra a caixa e até um certificado de autenticidade que comprova que se trata de brincos originais. Já no segundo vídeo, mostra em detalhes o brinco cravejado de diamantes.

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Atitude dividiu opinião de internautas. Nas redes sociais, enquanto algumas pessoas elogiaram a atitude de Villarreal ao fazer com que a Cartier cumprisse os termos de sua compra, outras acusaram o médico de abusar do sistema de proteção ao consumidor para seu benefício próprio.

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