'Tanque-tartaruga': Rússia usa 'gambiarra' para fugir de drones ucranianos

Considerado um dos países com maior poder fogo do mundo, a Rússia tem usado um recurso inusitado na guerra contra a Ucrânia: tanques de guerra cobertos por placas de metal e grades. O visual e a finalidade dessa iniciativa levaram publicações internacionais a apelidarem esses carros de combate como "tanques-tartaruga".

Conheça o tanque-tartaruga, um (velho) novo recurso

Adaptação. Os "tanques-tartaruga" são cobertos por uma camada de placas de metal, moldadas de maneira semelhante a um tipo de telha, que reveste a parte superior dos tanques. Alguns contam também com grades. A adaptação nos cascos desses veículos foi feita para despistar e se proteger de drones ucranianos.

Alvos de drones. O jornal The Economist explica que, de acordo com um oficial da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aproximadamente dois terços dos tanques russos destruídos no conflito em questão foram atacados de cima por drones. Pequenos, esses aparelhos não conseguem causar danos significativos nas laterais desses veículos. Por isso, eles são direcionados para a parte que costuma ser mais fina e, consequentemente, vulnerável: o teto.

A aparência e a curvatura desse "casco" de metal também seriam uma forma de dificultar a movimentação dos tais drones e disfarçar os tanques. Com a proteção, principalmente quando parados e vistos do céu, estes tanques parecem apenas abrigos.

Por mais rudimentar que possa parecer, a "blindagem" realmente funciona e pode resistir a drones de um quilo, segundo a Forbes. Mas, ainda que sejam à prova de drones, esses tanques seguem sendo vulneráveis a mísseis de artilharia.

Esta não é a primeira vez em que essa estratégia é adotada por um país durante um conflito. "Navios-tartaruga", usados na Primeira Guerra Mundial com basicamente os mesmos objetivos, são atribuídos à Marinha Coreana.

Aliás, no final de 2021, a própria Rússia tentou — sem muito sucesso — proteger seus tanques de guerra com gaiolas de metal. Na época, de acordo com o The Economist, especialistas definiram a tática como um mero "apoio emocional" aos soldados.

Ainda sobre o visual desses carros de combate, segundo o jornal The New York Times, na Ucrânia eles são chamados de "wundervaflia". A nomenclatura é a junção das palavras "wunder" (maravilha em alemão") e "vaflia", termo usado na região para se referir aos waflles, massa doce de origem belga geralmente assada em formas quadriculadas.

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