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OPINIÃO

Jamil: Assange fica livre em momento de debate sobre desinformação

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/06/2024 11h21

A libertação de Julian Assange se dá em um momento de intenso debate sobre o papel da internet na propagação de notícias falsas e de discursos de ódio, disse o colunista Jamil Chade no UOL News desta terça (25).

Fundador do WikiLeaks, Assange entrou em acordo judicial com os Estados Unidos e deixou ontem a prisão em Londres, na qual estava desde 2019. O jornalista e ativista australiano concordou em se declarar culpado da acusação de complô por revelar dados secretos de defesa nacional sobre a atividade militar dos EUA no Iraque e no Afeganistão.

Quando o WikiLeaks acontece e Assange começa a denunciar o funcionamento da internet, não existia o termo fake news e o debate sobre a desinformação e a disseminação do ódio. Isso não era um tema de governo ou de debate nacional. Era, acima de tudo naquele tempo, um assunto de vigilância.

Ele fica livre em um momento no qual a internet vem a público com outro debate: regulação. Qual será a voz de Assange em relação a isso, à desinformação e à disseminação do ódio? Jamil Chade, colunista do UOL

Jamil citou a entrevista que fez com Assange em 2013, quando o fundador do WikiLeaks já alertava sobre os riscos da internet por seu caráter de vigilância. O colunista frisou que o ativista revelou como funciona uma democracia.

Estávamos no pós Primavera Árabe, com todos comemorando o fato de que a internet havia possibilitado a queda do [Hosni} Mubarak [ex-ditador do Egito] e do [Zine El Abidine] Ben Ali [ex-ditador da Tunísia], que as populações estavam se mobilizando e a internet era um instrumento democrático.

Eventualmente pode ser isso, mas o que Assange colocou de forma muito clara é que esse mesmo sistema era muito potente no monitoramento. Ele não falava nem de ameaça à democracia, mas da capacidade de governos monitorarem e saberem tudo sobre você.

Assange colocava essas relações pouco transparentes entre todas as redes e os governos. E não eram os totalitários da China, mas o governo americano, basicamente democrático que tinha acesso sobre tudo e todos. Jamil Chade, colunista do UOL

Sakamoto: Libertação do Assange alivia jornalistas que desmascaram governos

A liberdade de imprensa saiu como grande vencedora com a libertação de Julian Assange, que representa um alento para os jornalistas de todo o planeta, afirmou o colunista Leonardo Sakamoto.

A libertação do Assange é um alívio para jornalistas que desmascaram governos em todo o mundo e, nesse sentido, tem uma importância muito grande. É um sinal de que você, mesmo lutando diante do governo norte-americano, talvez a instituição mais poderosa do planeta, pode fazer com que a liberdade de expressão enfim prevaleça.

Na prática, é uma campanha global que envolveu presidentes progressistas, religiosos, organizações de vários países, imprensa e a sociedade civil, pressionando o governo dos EUA e mostrando todo o ridículo daquela situação. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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