Conteúdo publicado há 1 mês

Brasileira passa dia presa por engano após detenção no aeroporto de Londres

Uma brasileira de 36 anos diz que passou mais de 30 horas na prisão após ser confundida com outra mulher no Aeroporto de Londres.

O que aconteceu

Alline Fernandes Dutra foi abordada por três policiais ao tentar embarcar para a Itália. Ela, que mora na Inglaterra, viajaria no sábado (13) com os filhos e o marido para um casamento.

Marido da brasileira gravou a abordagem. No vídeo, é possível ver que os policiais afirmam que ela é procurada e que precisará ser levada para tirar digitais e prestar depoimento. "Vão tirar as suas digitais e poderemos identificar se você é a mesma pessoa [procurada] ou não", afirma a policial.

Mulher com nome parecido com o dela era procurada por beber e dirigir. Segundo Alline, os policiais a confundiram com outra mulher, chamada Alinne Fernandes, que tinha um mandado de prisão em aberto. Os policiais chegaram a mostrar a foto da suspeita para o casal, afirmou a brasileira. Em um trecho do vídeo, o marido de Alline pede para ver a foto da suspeita novamente, mas tem o pedido negado.

Algemada na frente dos filhos. Segundo Alline, policiais cometeram excesso na prisão, mesmo que ela não tenha resistido. Ela foi conduzida até uma delegacia onde, após ter as digitais retiradas, teve a prisão mantida.

Tirei minha impressão digital e a máquina voltou vermelha. Naquele momento eu falei: 'Então está provado que eu sou inocente, que não sou a pessoa que vocês procuram'. Mesmo assim, a policial que tinha me prendido falou com um dos policiais que estavam presentes lá, sabe, convenceu eles para que eu fosse mantida presa. Sem explicação.
Alline Fernandes, empresária, ao UOL

Trinta horas na prisão. Segundo Alline, no período em que ficou presa ela teve crises de pânico e precisou ser medicada. "Não consegui dormir. Foram os piores momentos da minha vida. Me fogem palavras para descrever a angústia", afirmou.

Solta após julgamento. A brasileira foi enviada à Corte de Barkingside e, segundo ela, foi liberada assim que o juiz viu que o rosto da mulher procurada era diferente do dela. Até o momento, nenhum pedido de desculpas oficial foi feito à mulher.

Caso foi denunciado pela empresária à ouvidoria da polícia. Ao UOL, ela informou que também entrou em contato com o sargento responsável pela delegacia à qual ela foi enviada e que é assessorada por advogados especializados.

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Itamaraty foi acionado. Ao UOL, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que "presta assistência consular cabível à brasileira".

O UOL buscou a Polícia Metropolitana de Londres para saber se o órgão vai se posicionar sobre o assunto. Até o momento, nenhum retorno foi enviado.

Não resisti [à prisão] e eles acharam necessário usar força. Uma policial puxou meu braço para trás me machucando. Eu questionei, perguntei por que ela estava fazendo aquilo, para onde eles queriam que eu fosse, e daí a situação só piorou. O colega dela já veio, pisou no meu pé, me apertaram contra a parede, me algemaram na frente dos meus filhos, do meu marido, foi uma situação horrível.
Alline Fernandes, empresária, ao UOL

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