Trump faz 1º comício após atentado e ironiza Biden: 'Querem tirar ele dali'
Uma semana após a tentativa de assassinato, Donald Trump discursou neste sábado (20) ao lado de seu candidato a vice-presidente, J.D. Vance, no primeiro comício após o atentado. O evento foi realizado na arena Van Andel, em Grand Rapids, em Michigan.
O que aconteceu
O republicano não poupou críticas a Joe Biden. Trump mencionou a convenção do Partido Democrata, que deve ocorrer em agosto. "Eles [democratas] têm um problema. Ninguém sabe se o candidato fica. Pediam votos para ele, agora querem tirar ele dali", alfinetou.
Trump fez uma "enquete" com a plateia e chamou Biden de "desonesto". O republicano perguntou aos presentes se eles gostavam ou votariam na atual vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, ou no "crooked" [tortuoso ou desonesto, em português] Joe Biden. A audiência vaiou e fez sinais negativos, em desaprovação.
O candidato chegou até mesmo a atacar a inteligência de Biden. Além de chamar o presidente de "confuso" e apontar uma suposta falta de memória de democrata, Trump disse que a Casa Branca está sendo comandada por pessoas de "baixa inteligência". "O presidente tem um QI [quociente de inteligência] baixo, de 70. Ele está indo contra uma pessoa de QI 210", afirmou.
O ex-presidente apareceu com um curativo menor na orelha direita, adotado por trumpistas em sinal de apoio. O republicano começou o discurso relembrando o atentado e agradeceu pelo suporte recebido dos eleitores. Ele também prestou homenagem ao apoiador que foi morto no incidente.
A política econômica de Biden também foi alvo de críticas. Citando a Alemanha pré-Guerra, Trump falou sobre uma suposta insatisfação dos norte-americanos com a inflação e prometeu um corte de impostos "maior que na época do Reagan".
Trump focou grande parte do discurso promessas econômicas. O republicano assegurou que "trará de volta" as empresas que teriam saído dos EUA, aumentará a produção de carros, encerrará a política ambientalista do "New Green" e instaurará o "MAGAnomics", em referência ao lema da campanha.
No discurso, Trump voltou a defender o muro na fronteira com o México. O candidato falou sobre finalizar a construção da barreira como forma de conter a "crise imigratória" e disse que a questão "o salvou". "Eu estava falando sobre a fronteira quando aquilo [tentativa de assassinato] aconteceu", citou.
No âmbito da política internacional, Trump citou aliados e desafetos. O ex-presidente disse que Viktor Orbán, primeiro-ministro de extrema-direita da Hungria, enviou uma mensagem de apoio após o atentado, como "muitos outros" [líderes mundiais] fizeram. Trump também disse ter amizade com Xi Jinping e Kim Jong-un, além de não se ressentir com Emmanuel Macron. "Eu me dou bem com gente que tem arma nuclear", defendeu.
Trump também voltou a defender a criação de um Domo de Ferro, como o utilizado por Israel, nos EUA. "Por que não podemos ter a mesma proteção que outros países têm?", questionou o ex-presidente, que também prometeu mudar os esforços de guerra dos EUA. "Vou restaurar a paz pela força", afirmou.
O republicano voltou a alegar fraude nas eleições de 2020. Chamando os apoiadores de Biden de "comunistas" e "fascistas", Trump disse, sem provas, que "a esquerda radical democrata trapaceou" e que não vai "permitir que isso aconteça de novo".
O ex-presidente mencionou os processos que enfrenta na Justiça norte-americana. Segundo ele, esses seriam "processos do Biden". "Um homem doente, fraco, que não consegue ganhar uma eleição e processa seu adversário", alegou.
O republicano também elogiou Elon Musk e retrocedeu em relação a declarações sobre carros elétricos. Em seu discurso na Convenção Nacional Republicana, na última quinta-feira (18), o candidato afirmou que agiria contra as políticas de Biden voltadas para carros elétricos. Agora, Trump diz que não tem nada contra os veículos em si, mas quer que eles sejam produzidos nos EUA. Musk é dono da Tesla, uma grande produtora de carros elétricos, e vai doar US$ 45 milhões (R$ 245 milhões) por mês à campanha do ex-presidente dos Estados Unidos à Casa Branca.
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