Livro lista 10 supostas controvérsias da Madre Teresa de Calcutá
Nascida na Macedônia, em 26 de agosto de 1910, Anjezë Gonxhe Bojaxhiu ficou conhecida como Madre (ou Santa) Teresa de Calcutá. Ela se tornou santa em setembro de 2016 pelo papa Francisco, quase 20 anos após a sua morte, em setembro de 1997, na Índia.
A mulher que dedicou sua vida a fazer o bem, tratar de enfermos e cuidar dos pobres, tinha lá suas controvérsias e rumores de que sua bondade não era tão abrangente a todos.
Veja nesta lista alguns fatos controversos, baseados em relatos do médico Aroup Chatterjee, que escreveu o livro "Mother Teresa The Final Veredict" (Madre Teresa, O Veredito Final) e foi uma das principais fontes de informação para a composição do documentário "Hell's Angel" (Anjo do Inferno), do jornalista norte-americano Christopher Hitchens, de 1994, que expôs o suposto lado obscuro das ações de Madre Teresa.
Prêmio Nobel da Paz
Agraciada com o maior prêmio da paz mundial, a beata era acusada de ser fanática religiosa, amiga de ditadores e corruptos, segundo o médico Aroup Chatterjee, que também contou que Madre Teresa "pedia resignação aos enfermos e os ajudava a morrer, sem lhes dar cuidados profissionais".
Política
Madre Teresa sempre afirmava que não fazia política, apesar de ter dado seu reconhecimento ao ditador do Haiti Jean-Claude Duvalier e ao regime totalitário de Enver Hoxha, na Albânia.
Esmola
Nos anos 1980, Teresa aceitou doações que somaram cerca de US$ 1 milhão vindas de Charles Keating, que foi preso pela maior fraude financeira nos Estados Unidos. Quando Keating foi preso, além de não devolver o dinheiro, a religiosa intercedeu pedindo misericórdia a ele nos tribunais.
Missionárias da Caridade
Madre Teresa de Calcutá fundou a Congregação Missionárias da Caridade, que, segundo consta no livro de Chatterjee, recebeu uma fortuna em doações, o que poderia "ter ajudado muitos doentes a viverem melhor". Segundo o autor, ela "não dava nenhum analgésico forte aos moribundos, mesmo nos casos mais extremos, e os cuidados não eram profissionais. Careciam da mais básica higiene, sofriam condições de tortura".
Contra o aborto
Ao receber o Prêmio Nobel, em 1979, Madre Teresa declarou em seu discurso que "o maior destruidor da paz, hoje, é o choro da criança inocente não nascida". Ela pregava também contra os anticoncepcionais.
Entrada no céu
Madre Teresa contou, em um vídeo, que converteu mais de 29 mil pessoas que morreram em sua instituição. Segundo ela, "batizou para que São Pedro os deixe entrar no céu". Segundo o médico Chatterjee, ela dizia que "é muito bonito ver as pessoas morrerem com tanta alegria".
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Quero receberAgulhas
Em 2008, o cubano-norte-americano Hemley González foi voluntário na congregação de Madre Teresa. Ele conta que ia viajar para a Índia e decidiu fazer um trabalho social, escolhendo a congregação de Teresa por seu forte nome religioso. Mas, segundo ele, logo se deu conta de que "se tratava de uma violação sistemática dos direitos humanos e de um escândalo financeiro". Ele contou que viu que as agulhas só eram lavadas com água e usadas mais de uma vez e que os enfermos recebiam remédios vencidos.
Voluntários despreparados
Segundo Gonzáles, um dos voluntários "deu de comer a um paralítico, que se engastou e morreu". Ele também contou que esteve na cremação de 12 pessoas que, em sua opinião, se tivessem sido mais bem tratados, poderiam ter sobrevivido. Ainda segundo Gonzáles, apesar de já terem se passado 20 anos da morte de Madre Teresa, "as 'Missionárias da Caridade' mais causam danos do que ajudam". Ele defende que, assim como são exigidos transparência e profissionalismo das ONGs, o mesmo deveria acontecer com as Missionárias da Caridade.
Privilégios
Segundo o doutor Debasis Bhattacharya, diretor da "Science and Rationalists' Association of India", Madre Teresa pregava que os pobres deveriam sofrer para receber o amor de Deus, mas, "quando ficou doente, recorreu a serviços de saúde modernos e caros".
Milagres
Referindo-se ao primeiro milagre que o papa reconheceu como sendo de Madre Teresa, a cura de um tumor em Mônica Besra, o doutor Debasis Bhattacharya garante que foi uma mentira planejada e que o tumor "não era cancerígeno, mas de tuberculose. Curou-se porque foi diagnosticado e tratado no hospital".
O Vaticano nunca confirmou nenhuma das afirmações presentes no livro.
*Com informações de matéria publicada em setembro de 2017
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