Elon Musk faz campanha contra Maduro e pede 'futuro melhor' para Venezuela
O bilionário Elon Musk fez campanha contra o presidente Nicolás Maduro, que busca o seu terceiro mandato na Venezuela, e pediu que o povo venezuelano apoie a oposição. O país terá eleições presidenciais neste domingo (28).
O que aconteceu
Dono da Tesla e SpaceX fez o apelo por meio do X (antigo Twitter). "Chegou a hora de o povo da Venezuela ter a oportunidade de um futuro melhor. Apoie Maria Corina!".
O rival de Maduro é o diplomata Edmundo González Urrutia, 74. É o principal candidato da aliança de oposição, já que a ex-deputada María Corina Machado, favorita nas pesquisas, foi impedida pela Justiça de ocupar cargos públicos.
Corina Machado agradeceu o apoio de Musk. "Estamos determinados a viver com dignidade e prosperidade e a trazer as nossas famílias de volta para casa. Amanhã traz um novo começo. A Venezuela será livre!".
It is time for the people of Venezuela to have the chance for a better future.
-- Elon Musk (@elonmusk) July 27, 2024
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Oposição em vantagem
Pesquisas de intenção de voto independentes dão vantagem à oposição. A campanha terminou na quinta-feira (25) com comícios em Caracas dos dois candidatos, Maduro e Urrutia.
O clima de final de campanha era festivo nas ruas de Caracas nesta semana. Nada sugeria que as pesquisas colocam Maduro atrás de Urrutia, com cerca de 30% das intenções de voto.
"Nicolás Maduro vencerá com 56% ou mais!", exclamou Lizmary Carballo, ativista do PSVU (Partido Socialista Unido da Venezuela). "Vai ser difícil porque há muitas pessoas que não conseguem ver além da ponta do nariz e não veem o que está acontecendo", reconheceu.
A mobilização é uma das chaves para a votação de domingo na Venezuela. Uma participação elevada poderia beneficiar a oposição que realizou uma campanha atípica. Maria Corina Machado, uma das principais líderes da direita, bastante radical em suas posições contra o governo de Maduro, venceu as primárias, mas foi declarada inelegível.
Ela foi substituída em abril por Urrutia, um ex-diplomata, quase desconhecido, de fala mansa que nunca atacou frontalmente seu oponente. "O apelo à reconciliação entre os venezuelanos esteve no centro da minha campanha", declarou recentemente, dizendo estar confiante na vitória.
'Guerra civil'
Há poucos dias, o líder chavista, no poder há 11 anos, sugeriu que não pretendia largar as rédeas do país. "Se não querem que a Venezuela caia num banho de sangue, numa guerra civil, certifiquem-se de que teremos a maior vitória possível", disse ele a seus apoiadores.
A declaração foi duramente criticada pelo presidente Lula (PT), apesar de o petista ser um aliado tradicional de Maduro.
O presidente venezuelano reagiu criticando os sistemas eleitorais do Brasil, da Colômbia e dos Estados Unidos. "Quem se assustou que tome um chá de camomila", rebateu o venezuelano.
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Veículos foram sabotados. Na semana passada, Corina Machado denunciou que os carros que usa para se deslocar durante a campanha eleitoral foram alvo de sabotagem —segundo ela, um deles teve os freios cortados.
A ex-deputada mostrou em um vídeo duas caminhonetes manchadas com tinta prateada estacionadas em um condomínio fechado em Barquisimeto, no estado de Lara, e afirmou que a tampa do cárter do motor de uma delas foi retirada, para que perdesse todo o óleo. Segundo ela, "cortaram as mangueiras dos freios" da outra caminhonete.
Segundo a ONG Foro Penal Venezolano, dedicada à defesa de presos políticos, mais de cem prisões já foram feitas relacionadas com a campanha da oposição.
*Com informações das agências AFP, ANSA e DW
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