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Negociação para cessar-fogo em Gaza proposto pelos EUA termina sem acordo

Terminou sem acordo a rodada de negociações no Qatar para um cessar-fogo na Faixa de Gaza e a libertação dos reféns israelenses ainda em poder do grupo extremista Hamas. As tratativas, que giram em torno de um plano apresentado pelos Estados Unidos, serão retomadas na semana que vem.

O que aconteceu

Cessar-fogo proposto pelos EUA seria implementado em fases. O plano apresentado pelo presidente Joe Biden prevê uma trégua total, a libertação de reféns israelenses e a soltura de presos palestinos que estão em Israel, bem como a retirada das tropas invasoras em Gaza e investimentos para reconstruir a região, onde mais de 40 mil pessoas já morreram desde o início da guerra.

Integrantes do Hamas não participaram das reuniões. O grupo palestino foi representado por Qatar e Egito. Um dirigente do Hamas afirmou ao site Ynet que as tratativas "não correspondem ao que foi acordado em 2 de julho", segundo resolução do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). Além do cessar-fogo imediato e da libertação dos reféns, a resolução ainda rejeita mudanças territoriais em Gaza e reafirma o compromisso com a criação de dois Estados — Israel e Palestina.

Principais divergências dizem respeito ao controle de corredores. A imprensa israelense cita especificamente os corredores Filadélfia, entre Gaza e Egito, e Netzarim, que atravessa o centro do território palestino a partir da fronteira com Israel até o Mar Mediterrâneo. Outras dificuldades incluem a sequência de um acordo, o número e a identidade dos prisioneiros palestinos a serem libertados juntamente com os reféns israelenses, o controle da fronteira entre Gaza e o Egito e a livre circulação dos palestinos dentro de Gaza.

Negociações para trégua começaram na quinta-feira (15). Qatar, Egito e EUA continuarão trabalhando nos detalhes da proposta nos próximos dias e voltarão a se reunir na semana que vem para tentar avançar no acordo. Segundo os países mediadores, as negociações foram "construtivas" e ocorreram sob uma "atmosfera positiva", mas "não há mais tempo a perder, nem desculpas para novos atrasos".

Secretário de Estado dos EUA chega a Israel no domingo (18). A expectativa é de que Antony Blinken se reúna no dia seguinte com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para discutir o acordo.

O caminho agora está definido para esse resultado, salvando vidas, trazendo alívio para o povo de Gaza e diminuindo as tensões regionais. (...) É hora de libertar os reféns e prisioneiros, iniciar o cessar-fogo e implementar esse acordo [de libertação de reféns].
Qatar, Egito e EUA, países mediadores, em nota conjunta

EUA estão otimistas

Biden vê cessar-fogo em Gaza 'mais perto do que nunca'. "Não quero agourar nada... Talvez tenhamos algo. Mas ainda não chegamos lá", disse o presidente americano no Salão Oval da Casa Branca. "Está muito, muito mais perto do que estava há três dias. Portanto, mantenham seus dedos cruzados."

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