Boric: Supremo da Venezuela consolidou fraude ao validar vitória de Maduro
O presidente do Chile, Gabriel Boric, declarou que a sentença do TSJ (Tribunal Supremo de Justiça) da Venezuela consolidou a "fraude" eleitoral nas eleições do país. A Justiça do país chancelou, nesta quinta-feira (22), reeleição contestada de Nicolás Maduro.
O que aconteceu
Boric afirmou que o Chile não reconhece a vitória da Maduro. "Falso triunfo", escreveu e uma publicação no X. "Hoje, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela acaba de consolidar a fraude. O regime de Maduro obviamente acolhe com entusiasmo sua sentença, que estará marcada pela infâmia", acrescentou.
O presidente do Chile classificou o atual governo da Venezuela como "ditadura" que "falsifica eleições'. Boric publicou ainda que a gestão de Maduro reprime quem pensa diferente. "Vi nos olhos de milhares de venezuelanos que exigem democracia em sua pátria e que hoje recebem uma nova batida de porta".
Ele destacou que, devido ao seu posicionamento, já espera receber insultos. "Certamente, por causa da nossa posição, receberemos (como é costume) insultos de suas autoridades. Assassinaram a palavra democracia. A ditadura venezuelana não é de esquerda. Uma esquerda continental profundamente democrática que respeite os direitos humanos independentemente da cor da pessoa que os viola é possível e necessária", continuou.
Já o presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, afirmou que o governo de Maduro "não é democrático" e, portanto, não reconhece a decisão. "A crise na Venezuela é inegável, e desde a Guatemala já dissemos que suas recentes eleições são apenas uma demonstração disso: o regime de Maduro não é democrático e não reconhecemos sua fraude", disse o presidente social-democrata na rede social X.
Arévalo acrescentou que "os povos de todo o nosso continente" devem "exigir uma saída pacífica" para a crise.
Hoy el TSJ de Venezuela termina de consolidar el fraude. El régimen de Maduro obviamente acoge con entusiasmo su sentencia que estará signada por la infamia. No hay duda que estamos frente a una dictadura que falsea elecciones, reprime al que piensa distinto y es indiferente ante?
-- Gabriel Boric Font (@GabrielBoric) August 22, 2024
La crisis en Venezuela es indiscutible, y desde Guatemala ya hemos dicho que sus recientes elecciones solo son una demostración de la misma: el régimen de Maduro no es democrático y no reconocemos su fraude.
-- Bernardo Arévalo (@BArevalodeLeon) August 22, 2024
Los pueblos de todo nuestro continente debemos demandar una salida…
Supremo da Venezuela valida reeleição de Maduro sem divulgação de atas
O TSJ validou a reeleição do presidente Nicolás Maduro para um terceiro mandato de seis anos. Decisão ocorreu mesmo sem a divulgação das atas eleitorais. Sentença acontece quase um mês após o pleito, ocorrido em 28 de julho.
Validação vem após uma série de denúncias de fraude. O órgão, porém, é comandado por apoiadores governo chavista, representado por Nicolás Maduro.
A Suprema Corte também endossou a tese do governo de que o sistema eleitoral foi alvo de um ataque hacker. Para o TSJ, o suposto incidente é "evidente".
O TSJ ainda pediu sanções contra o candidato da oposição Edmundo González Urrutia por "desrespeito" ao tribunal. A presidente do tribunal, Caryslia Rodriguez, disse que a decisão sobre a reeleição de Maduro não pode ser objeto de recurso.
Edmundo González ressaltou a "soberania popular" após a sentença da Suprema Corte. "A soberania reside de forma intransferível no povo. Os órgãos do Estado emanam da soberania popular e a ela estão sujeitos".
Mais cedo, ele já havia criticado o posicionamento do TSJ em uma publicação nas redes sociais. "Nenhuma decisão substituirá a soberania popular. O país e o mundo conhecem a sua parcialidade e, portanto, a sua incapacidade para resolver o conflito. Sua decisão só agravará a crise", diz um trecho do post.
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Quero receberA ONU alertou para a "falta de independência" e "imparcialidade" do TSJ e do CNE (Conselho Nacional Eleitoral), que ratificou a vitória no início do mês. "O governo exerce uma ingerência indevida sobre decisões do TSJ por meio de mensagens diretas aos magistrados e declarações públicas do presidente Nicolás Maduro e Diosdado Cabello [vice-presidente da sigla do ditador]", disse Marta Valiñas, presidente do grupo da ONU que acompanha a eleição na Venezuela.disse Marta Valiñas, presidente do grupo da ONU que acompanha a eleição na Venezuela..
*com informações da AFP
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