Conteúdo publicado há 1 mês

Autoridades católicas criticam decisão de Maduro de mudar data do Natal

Os principais representantes da Igreja Católica na Venezuela passaram a criticar o anúncio do ditador Nicolas Maduro sobre a antecipação do Natal para o dia 1º de outubro.

O que aconteceu

A Conferência Episcopal da Venezuela afirmou que o feriado não deve ser usado para fins políticos. O posicionamento ocorreu na última quarta-feira (4) pelas redes sociais e condenou possível uso para propaganda em meio a repercussão do assunto.

''A forma e o momento da sua celebração são de responsabilidade da autoridade eclesiástica'', afirmou. A Conferência ainda disse que o Natal, com festas e missas, é um evento que deve ocorrer universalmente, começando no dia 25 de dezembro e se estendendo ao mês de janeiro.

Por que Maduro mudou o Natal para outubro?

Anúncio foi feito durante programa de televisão. Em participação no Globovisión, canal oficial do governo, Maduro declarou que o adiantamento do Natal para 1º de outubro era uma "homenagem" e um "agradecimento" ao povo venezuelano.

Para todos e todas, chegou o Natal! Com paz, felicidade e segurança
Nicolás Maduro, em anúncio oficial via Globovisión

"Está chegando setembro, e já cheira a Natal". Segundo o portal do Globovisión, Maduro indicou que a antecipação do Natal seria em comemoração a "boas perspectivas econômicas" vistas na Venezuela no final de agosto. Ainda de acordo com o canal, Maduro assegurou que "nada, nem ninguém, vai evitar a paz no país".

Decisão acontece após eleição presidencial no país. O resultado das eleições em julho que declararam Maduro como vencedor vem sendo contestado por líderes internacionais e denunciado por opositores venezuelanos. Após mais de um mês do pleito, as atas da votação ainda não foram divulgadas por Maduro.

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Tribunal emitiu mandado de prisão para candidato da oposição. Edmundo González Urrutia alega ter tido mais votos do que Maduro e reivindica a vitória nas eleições para presidente divulgando, inclusive, as atas eleitorais que o declaram como vencedor da votação. Na última segunda-feira (02), o Ministério Público, órgão aliado de Maduro, emitiu o mandado de prisão de Urrutia, acusado de "usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, instigação à desobediência das leis do Estado, conspiração, sabotagem para prejudicar sistemas e associação terrorista".

Maduro já havia antecipado Natal outras vezes

Em 2020, Maduro antecipou a comemoração para 15 de outubro. A medida foi vista como uma tentativa de desviar a atenção dos problemas vividos na Venezuela em meio à pandemia de Covid-19.

Em 2021, o Natal venezuelano também começou em outubro. Naquele ano, a comemoração foi antecipada para o dia 04.

Em 2013, Maduro assinou um decreto no qual antecipou o Natal para o dia 1º de novembro. Segundo Maduro, o objetivo da medida era garantir "felicidade para todo o povo" e derrotar a amargura. "O Natal antecipado é a melhor vacina para aqueles que querem inventar tumulto e violência. Aqueles que andam amargurados por aí terão uma canção natalina para alegrar a alma", disse Maduro à época.

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