Brasileira perde cunhado e sobrinhas no Líbano: 'Acabou com a minha vida'
A brasileira Leila Chanarek Hamia, 53, perdeu quatro pessoas de sua família em um bombardeio no Líbano, no último dia 23. A irmã Raquel, também brasileira, sobreviveu, mas viu o marido, as duas filhas e o neto morrerem. Agora, a família faz um apelo ao governo brasileiro para que encontre um lugar seguro para os seus cidadãos no país.
O que aconteceu
Morte de familiares 'acabou com a minha vida', diz Leila. Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, a brasileira contou que convivia com as sobrinhas desde que eram crianças e lamentou não ter conseguido tirar sua família do Líbano antes que morressem. "Lembro que a vida lá [no Brasil] era melhor, a situação era melhor. Tenho vontade de ir para o Brasil, visitar o túmulo dos meus pais", disse.
Brasileira havia feito um pedido à Justiça no último dia 16. No documento a que o Fantástico teve acesso, Leila solicitava "prioridade na tramitação" porque sua família corria risco de morte. Uma semana depois, porém, um míssil atingiu a casa onde a irmã estava, no Vale de Beeca. Raquel sobreviveu, mas o marido Duraid, as filhas Latifa e Ghazale e o neto Husni (fotos abaixo) morreram.
Cunhado e sobrinhas de Leila eram cidadãos brasileiros. A família estava tentando obter a cidadania também para Husni, mas não deu tempo. "É muito difícil falar. Meu coração não aguenta mais, está muito machucado. Depois desse trauma, só quero ficar ao lado dela [Raquel]", disse Leila, emocionada.
Internada em Balbeque, Raquel fez um apelo ao governo. Para a brasileira, a melhor coisa que a embaixada em Beirute e o Itamaraty podem fazer agora é achar um lugar seguro para abrigar seus cidadãos "que não têm nada a ver com essa guerra" no Líbano. "Não sei nem o que dizer. Estou muito, muito mal. Todos morreram: meu neto, duas filhas, meu marido", lamentou Raquel.
Leila e Raquel moram há quase 30 anos no Líbano. As irmãs saíram do Brasil aos 26 e 20 anos, respectivamente, após se casarem com libaneses, segundo a reportagem. Seus pais deixaram bens no Brasil, e as duas vinham tentando acessar alguns fundos que estão no inventário. "Queríamos garantir um futuro bom para eles [nossos filhos] viverem uma vida diferente dessa vida aqui", explicou Leila.
[Nossos filhos] Não viram nada da vida, só guerras e bombas o tempo todo. (...) Ainda não acredito que eles morreram, meus sobrinhos. Acabou com a minha vida. Desde criança, convivi com eles, pegava no colo... E agora, foram embora.
Leila Chanarek Hamia, brasileira que mora no Líbano
Quando os ataques começaram, a gente estava na varanda e vimos os mísseis e os caças. Corri e me joguei no colo da minha avó Raquel porque o barulho das explosões estava muito alto. Minha mãe se foi e ela era tudo para mim. O que pode sobrar de bonito nessa vida se ela foi embora?
Neta de Raquel Chanarek Hamia, cujo nome não foi divulgado

O que diz o Itamaraty
UOL procurou o Itamaraty e ainda aguarda retorno. À TV Globo, o Ministério das Relações Exteriores não confirmou oficialmente as mortes, mas disse que a embaixada brasileira em Beirute continua em contato com as autoridades libanesas para esclarecer o caso. A pasta também afirmou ter enviado uma lista de abrigos do governo libanês a Raquel e que oferecerá ajuda financeira para remédios e curativos.
4 comentários
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Susete Joaquim
De novo os governos "tem que cuidar " de cidadãos que optam por morarem em lugares de guerra, na hora que tudo piora pedem socorro, enquanto isso não acontece, acham que o Brasil não é bom o suficiente para eles morarem. Entendo a origem familiar, mas essa é a minha opinião.
Francisco Tadeu Leite
Brasileira???? O pessoal vem para o Brasil, é recebido com dignidade, saúde gratuita, escolas gratúita, Bolsa familia, Bolsa gaz, Bolsa leite e etc. Porem, ficam recebendo os valores em suas contas bancárias e voltam para seus paises de origem e na hora de votar, votam na esquerda é claro. Temos que acabar com estes absurdos. Brasileiro é quem nasce e VIVE no Brasil o que obviamente n é o caso dos mais de 20.000 "brasileiros????" Que o governo quer custear as passagens de volta e ajudar na reintegração por aqui. Se eles querem ser bonzinhos por que não começam tirando nossas crianças que moram nas ruas? Tratando de NOSSOS doentes, dando emprego prioritariamente aos NOSSOS CONTARRANEOS e não enchendo o país de TERRO RISTAS ARABES que a exemplo do que ocorre na França, Alemanha e Italia estão acabando com estes respectivos paises? Chega disso né?
Soraia Catsue Lins
Ninguém pode reclamar, afinal este é o povo escolhido por Deus, na verdade foi pelo Bel Zé Bu