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Líder do Hamas morto era funcionário da ONU, diz Israel; órgão investigava

O governo de Israel afirmou nesta segunda-feira (30) que o homem apontado como líder do Hamas no Líbano, morto após ataque israelense, era funcionário da UNRWA, agência da ONU para refugiados palestinos. A entidade internacional havia o afastado em março após denúncia de Tel Aviv.

O que aconteceu

A missão diplomática de Israel em Genebra, na Suíça, publicou a afirmação no X. "Adivinhe qual era o segundo emprego do Sr. Sharif? Ele era diretor, chefe da associação de professores da UNRWA no Líbano", escreveu o diretor Amir Weissbrod. "Este caso prova que existe um problema profundo na UNRWA, a forma como fazem as diligências sobre quem vão contratar", acrescentou.

O comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, disse que soube em março das afirmações de que Sharif era um "membro do partido político do Hamas". Segundo a Associated Press, ele disse a jornalistas em Genebra que uma investigação foi instaurada no mesmo dia.

Lazzarini afirmou que não havia recebido a informação de que o funcionário da agência poderia ser um "comandante" do Hamas. "Ainda somos uma agência com o devido processo — quero dizer, respeitando o devido processo e o princípio do estado de direito. Então, a investigação estava em andamento", acrescentou.

O comissário ainda disse que recebeu uma carta de autoridades israelenses com cerca de 100 nomes de pessoas supostamente ligadas ao grupo extremista. Porém, ele afirmou que Israel nunca respondeu aos pedidos de mais informações para aprofundar as investigações. "Uma lista não é prova de nada", afirmou.

O Hamas divulgou um comunicado após a morte de Sharif elogiando-o pelo seu "trabalho educacional e jihadista", segundo a Associated Press. A nota classifica o funcionário da UNRWA como "um professor de sucesso e um diretor excepcional" para refugiados palestinos.

UNRWA e Hamas

A suposta relação entre a agência UNRWA e o Hamas foi apontada em uma denúncia feita por Israel a ONU em janeiro deste ano. Na época, a entidade internacional anunciou que havia demitido funcionários suspeitos de envolvimento com o grupo extremista.

No mês passado, a ONU afirmou que nove funcionários da UNRWA "poderiam estar envolvidos" no ataque de 7 de outubro. A investigação apontou que nove membros dos 19 investigados podem "ter participado dos ataques armados".

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"Temos informações suficientes para tomarmos as medidas que estamos tomando - ou seja, a demissão destes nove indivíduos", disse à época o porta-voz da ONU, Farhan Haq.

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