Hamas fala em 'glorioso' ataque há um ano; Israel diz que 'não vai parar'

Israel e o Hamas divulgaram comunicados neste domingo (6), véspera do primeiro aniversário do ataque que deu início ao mais recente conflito em Gaza. Enquanto o grupo extremista se referiu ao episódio como "glorioso", Tel Aviv disse que "não vai parar" de lutar.

O que aconteceu

O Hamas disse que o ataque "destruiu as ilusões" dos israelenses. "A travessia do glorioso dia 7 de outubro destruiu as ilusões que o inimigo havia criado para si mesmo, convencendo o mundo e a região de sua suposta superioridade e capacidades", afirmou Khalil al-Hayya, membro do Hamas baseado no Catar, em uma declaração em vídeo.

Israel garante que acabou com a "ala militar" do grupo palestino. "E continuamos a lutar contra as capacidades terroristas da organização. Nós demos um golpe severo ao Hezbollah, que perdeu toda a sua liderança principal. Não vamos parar - nós lutamos, informamos, aprendemos e melhoramos".

No comunicado, Tel Aviv ainda admite que falhou durante o ataque há um ano. "Um ano se passou desde 7 de outubro, o dia em que falhamos em nossa missão de proteger os cidadãos do Estado de Israel. [...] 7 de outubro não é apenas um dia de lembrança, mas também um chamado para uma profunda introspecção. Um reconhecimento de nossas falhas e um compromisso de aprender com elas".

Cerca de 42 mil pessoas foram mortas em Gaza desde o início do conflito e mais de 96 mil ficaram feridas, segundo o Ministério de Saúde palestino. A pasta é subordinada à Autoridade Nacional Palestina, mas Gaza é governada desde 2007 pelo Hamas. A ONU já expressou confiança nos números.

Já Israel contabiliza pouco mais de 1,2 mil pessoas mortas e cerca de 9 mil feridos durante o conflito. O país tem, ainda, quase 100 reféns sob poder do Hamas em Gaza, sendo 33 corpos e, entre os 64 que continuariam vivos, 52 homens, 10 mulheres e duas crianças.

Ataques na véspera

Ao menos 26 pessoas morreram em um ataque israelense neste domingo na Faixa de Gaza. Os alvos foram uma mesquita e uma escola que abrigavam pessoas deslocadas pela guerra.

Ataques atingiram Deir al-Balah, na região central do enclave, neste domingo. A escola Ibn Rushd e mesquita Aqsa Martyrs foram os alvos direcionados dos bombardeios, informou o ministério de Saúde palestino em nota.

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Operação para resgate de corpos durou três horas. Segundo o correspondente Hani Mahmoud, da Al Jazeera, o nível de danos causados aos prédios, que ficaram com paredes destruídas, foi grande, o que dificultou o trabalho das equipes médicas.

Um ataque terrorista deixou uma pessoa morta e ao menos 10 feridas em uma estação de ônibus de Berseba, no sul de Israel, também neste domingo.

Ataque a tiros aconteceu na estação central de ônibus da cidade. Dos 10 feridos, cinco foram baleados e outros cinco foram atingidos por estilhaços e pedaços de vidro, segundo o serviço de ambulância local.

Mulher que morreu era soldado que confrontou atirador, segundo a polícia. Ela foi identificada como Shira Suslik, de 19 anos, que trabalhava na patrulha policial do sul. "A Polícia de Israel apoiará a família enlutada", afirmou o órgão em nota.

Responsável pelo ataque foi morto. Ele foi identificado como Ahmad al-Uqbi, 29, que tinha cidadania israelense e origem beduína, segundo autoridades locais. Em comunicado, a polícia classificou o homem como um terrorista. Não há informações sobre se ele agiu sozinho.

*com informações da AFP

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