'Açougueiro de Gaza': quem era número 1 do Hamas morto em ataque de Israel
O principal líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto aos 62 anos em um ataque de Israel. Ele era considerado uma espécie de "açougueiro" da Faixa de Gaza.
Quem era ele
O líder do Hamas nasceu em Khan Younis, uma cidade palestina situada no sul da Faixa de Gaza. Ele se uniu ao grupo extremista em 1987, pouco após a fundação do Hamas.
Pais dele foram alocados para campo de refugiados após criação de Israel. Eles eram moradores de Majdal Askalan, que tornou-se Ashkelon em 1948.
Em 1988, fundou o Majd, o serviço de segurança interna do Hamas. Um ano depois, foi preso e se tornou líder dos prisioneiros. Sinwar viu Israel eliminar seus mentores, como Ahmed Yassin e Salah Shehade, fundador das brigadas Ezzedin Al Qasam, o braço armado do Hamas. Seu nome estava na lista americana de "terroristas internacionais" e ele foi alvo de múltiplas tentativas de assassinato.
Condenado a 426 anos de prisão. Sinwar foi preso diversas vezes pelas Forças de Defesa de Israel por envolvimento na captura e no assassinato de soldados israelenses e de palestinos suspeitos de espionagem para o país vizinho.
Ele foi solto em um acordo de troca de prisioneiros em 2011. Durante seus 23 anos preso, ele aprendeu hebraico e se aprofundou em assuntos de política interna do país.
Ao deixar a prisão, ele rapidamente subiu na hierarquia do Hamas. Sua visão era de que Israel não era um inimigo político. Mas uma potência ocupante.
Sinwar assumiu a liderança do grupo em 2017 no lugar de Ismail Haniyeh, morto em Teerã. O antigo líder do grupo extremista foi assassinado no fim de julho, quando cumpria agenda no Irã.
Sua morte representa um abalo importante para o Hamas e um ponto crítico para o conflito no Oriente Médio. O anúncio acontece em meio ao aumento da tensão na região.
A morte
Morte foi confirmada após teste de DNA. Os exames, que também analisaram a arcada dentária de Yahya, foram feitos em Jerusalém. O governo de Benjamin Netanyahu contou com um fato inusitado: os dados do militante estavam guardados num hospital do país que realizou uma cirurgia no cérebro de Sinwar, em 2008.
Sinwar estava com outros dois membros do Hamas em Tal as Sultan, perto de Rafah, no sul do enclave. Segundo as Forças de Defesa de Israel, soldados mataram três homens armados e só desconfiaram da identidade do líder do Hamas após o assassinato.
Certidão de óbito de Sinwar foi assinada em 7 de outubro, diz ministro. Em comunicado, Eli Cohen, Ministro da Energia de Israel, parabenizou às Forças de Defesa do país. "Parabéns aos soldados das FDI por eliminarem um dos maiores terroristas, que derramou o sangue de milhares de judeus, israelenses e muitos outros", afirmou.
Morte não é o fim de guerra. O premiê israelense, Benjamin Netanytahu, considerou a morte do líder do Hamas como um "passo importante" no declínio do Hamas, mas alertou que isso não significa o fim da guerra na Faixa de Gaza. O premiê também prometeu aos sequestradores que "serão poupados" se os reféns israelenses forem libertados.
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