No Brics, Lula defende multipolaridade e fim da supremacia do dólar

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Vladimir Putin abriu a 16ª Cúpula do Brics nesta quarta-feira defendendo uma nova ordem mundial multipolar, em oposição à hegemonia dos EUA. "O processo de formação de uma ordem mundial multipolar está em curso, é um processo dinâmico e irreversível", disse o presidente russo.

O presidente Lula, que discursou por videoconferência, foi na mesma linha, mas adotou um tom mais conciliador. "Muitos insistem em dividir o mundo entre amigos e inimigos. Mas os mais vulneráveis não estão interessados em dicotomias simplistas".

Lula, porém, defendeu um sistema de pagamentos internacional alternativo ao dólar para os países do bloco.

Brics sem Venezuela

O Brics deve convidar 13 países para integrar o bloco na condição de parceiros. Segundo diplomatas brasileiros, a Venezuela não deve estar no grupo. A entrada de Maduro e da Nicarágua sofreu oposição do Brasil nos bastidores.

A lista final deve ser ratificada pelos chefes de Estado presentes à reunião de cúpula em Kazan até amanhã. No momento, fazem parte da lista Cuba, Bolívia, Tailândia, Vietnã, Malásia, Indonésia, Belarus, Turquia, Nigéria, Uganda, Uzbequistão, Cazaquistão e Argélia.

Zelensky pede acordo

Volodymyr Zelensky sugeriu a suspensão mútua dos ataques russos e ucranianos a instalações do setor de energia dos dois países e afirmou que a medida pode ser um primeiro passo para um acordo de cessar-fogo.

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"Não atacamos sua infraestrutura de energia, eles não atacam a nossa. Isso poderia levar ao fim da fase quente da guerra? Eu acho que sim", disse o presidente ucraniano a jornalistas nessa terça-feira.

A Ucrânia terá de enfrentar o inverno que se aproxima sem cerca de metade da capacidade de suas usinas térmicas, destruída por ataques russos. Zelensky também é pressionado pela possibilidade da eleição de Trump, que já prometeu retirar os EUA do conflito.

Carro atolado em cinzas vulcânicas carregadas por enchente provocada pela tempestade tropical Trami, ao sul de Manila, nas Filipinas
Carro atolado em cinzas vulcânicas carregadas por enchente provocada pela tempestade tropical Trami, ao sul de Manila, nas Filipinas Imagem: Charism Sayat /AFP

Israel confirma baixa na liderança do Hezbollah

O Exército de Israel anunciou ter confirmado a morte do clérigo libanês Hashem Safieddine, que era apontado como o provável sucessor de Hassan Nasrallah na liderança do Hezbollah.

"O chefe do Conselho Executivo, Hashem Safieddine, e o chefe da Direção de Inteligência, Ali Husein Hazima, foram abatidos junto a outros comandantes do Hezbollah em um bombardeio há cerca de três semanas", afirmou o Exército de Netanyahu em comunicado.

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Safieddine era primo de Nasrallah, e seu irmão Abdallah Safieddine é o representante do Hezbollah no Irã. O Hezbollah não comentou.

Argentina dificulta refúgio

O governo Javier Milei publicou nessa terça um decreto que dificulta a concessão do status de refugiado na Argentina.

O refúgio não será concedido a quem for condenado ou denunciado em seu país de origem "por um crime grave". A definição abrange "atividades terroristas, violações graves dos direitos humanos ou qualquer ação que comprometa a paz e a segurança internacionais".

Não está claro se a regra será aplicada aos cerca de 60 brasileiros acusados de participação nos atos golpistas de 8 de janeiro que pediram asilo político à Argentina.

Deu no Wall Street Journal

Movimento pró-ocupação da Faixa de Gaza ganha força em Israel. Segundo o jornal americano, o avanço militar israelense no território palestino recolocou a possibilidade da reocupação de Gaza e da instalação de colônias de judeus no debate público em Israel.

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"Um ano após os ataques de 7 de outubro de 2023, mais políticos israelenses de destaque dizem que apenas uma presença constante de Israel pode prevenir tais ataques no futuro". A ideia é considerada pela ONU e pelos EUA uma violação das leis internacionais. Leia mais.

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