No Brics, Lula defende multipolaridade e fim da supremacia do dólar
Esta é a newsletter De Olho no Mundo. Inscreva-se gratuitamente para receber no seu email de segunda a sexta. Conheça as demais newsletters do UOL. São cerca de 20 opções sobre os mais variados assuntos para a sua escolha.
********
Vladimir Putin abriu a 16ª Cúpula do Brics nesta quarta-feira defendendo uma nova ordem mundial multipolar, em oposição à hegemonia dos EUA. "O processo de formação de uma ordem mundial multipolar está em curso, é um processo dinâmico e irreversível", disse o presidente russo.
O presidente Lula, que discursou por videoconferência, foi na mesma linha, mas adotou um tom mais conciliador. "Muitos insistem em dividir o mundo entre amigos e inimigos. Mas os mais vulneráveis não estão interessados em dicotomias simplistas".
Lula, porém, defendeu um sistema de pagamentos internacional alternativo ao dólar para os países do bloco.
Brics sem Venezuela
O Brics deve convidar 13 países para integrar o bloco na condição de parceiros. Segundo diplomatas brasileiros, a Venezuela não deve estar no grupo. A entrada de Maduro e da Nicarágua sofreu oposição do Brasil nos bastidores.
A lista final deve ser ratificada pelos chefes de Estado presentes à reunião de cúpula em Kazan até amanhã. No momento, fazem parte da lista Cuba, Bolívia, Tailândia, Vietnã, Malásia, Indonésia, Belarus, Turquia, Nigéria, Uganda, Uzbequistão, Cazaquistão e Argélia.
Zelensky pede acordo
Volodymyr Zelensky sugeriu a suspensão mútua dos ataques russos e ucranianos a instalações do setor de energia dos dois países e afirmou que a medida pode ser um primeiro passo para um acordo de cessar-fogo.
"Não atacamos sua infraestrutura de energia, eles não atacam a nossa. Isso poderia levar ao fim da fase quente da guerra? Eu acho que sim", disse o presidente ucraniano a jornalistas nessa terça-feira.
A Ucrânia terá de enfrentar o inverno que se aproxima sem cerca de metade da capacidade de suas usinas térmicas, destruída por ataques russos. Zelensky também é pressionado pela possibilidade da eleição de Trump, que já prometeu retirar os EUA do conflito.
Israel confirma baixa na liderança do Hezbollah
O Exército de Israel anunciou ter confirmado a morte do clérigo libanês Hashem Safieddine, que era apontado como o provável sucessor de Hassan Nasrallah na liderança do Hezbollah.
"O chefe do Conselho Executivo, Hashem Safieddine, e o chefe da Direção de Inteligência, Ali Husein Hazima, foram abatidos junto a outros comandantes do Hezbollah em um bombardeio há cerca de três semanas", afirmou o Exército de Netanyahu em comunicado.
Newsletter
DE OLHO NO MUNDO
Os principais acontecimentos internacionais e uma curadoria do melhor da imprensa mundial, de segunda a sexta no seu email.
Quero receberSafieddine era primo de Nasrallah, e seu irmão Abdallah Safieddine é o representante do Hezbollah no Irã. O Hezbollah não comentou.
Argentina dificulta refúgio
O governo Javier Milei publicou nessa terça um decreto que dificulta a concessão do status de refugiado na Argentina.
O refúgio não será concedido a quem for condenado ou denunciado em seu país de origem "por um crime grave". A definição abrange "atividades terroristas, violações graves dos direitos humanos ou qualquer ação que comprometa a paz e a segurança internacionais".
Não está claro se a regra será aplicada aos cerca de 60 brasileiros acusados de participação nos atos golpistas de 8 de janeiro que pediram asilo político à Argentina.
Deu no Wall Street Journal
Movimento pró-ocupação da Faixa de Gaza ganha força em Israel. Segundo o jornal americano, o avanço militar israelense no território palestino recolocou a possibilidade da reocupação de Gaza e da instalação de colônias de judeus no debate público em Israel.
"Um ano após os ataques de 7 de outubro de 2023, mais políticos israelenses de destaque dizem que apenas uma presença constante de Israel pode prevenir tais ataques no futuro". A ideia é considerada pela ONU e pelos EUA uma violação das leis internacionais. Leia mais.
Deixe seu comentário