Musk é processado nos EUA após sorteios de 1 milhão de dólares a seguidores

Elon Musk e seu comitê de ação política, o America PAC, foram processados pelo promotor-geral da Filadélfia após ele realizar sorteios de milhões de dólares a seguidores de estados-chave para as eleições. O bilionário sul-africano é um dos principais apoiadores de Donald Trump.

O que aconteceu

Sorteio faz parte de "loteria ilegal", diz promotor-geral. No documento, Larry Kressne afirma que as loterias da Pensilvânia precisam ser regulamentadas e operadas pelo governo estadual, para o benefício de pessoas com 65 anos ou mais.

Musk estaria realizando esquema de loteria para trazer novos eleitores a Trump. Kressne defende que a loteria de Musk "injeta atividade ilegal na integridade do processo eleitoral"

Bilionário é acusado de escolher ganhadores de loteria. "Embora Musk diga que a seleção de um vencedor é 'aleatória', isso parece falso porque vários vencedores que foram selecionados são indivíduos que compareceram aos comícios de Trump na Pensilvânia", escreve Kressne no processo, publicado hoje (28).

Promotor diz não haver informações sobre captura de dados. Para se inscrever nos sorteios de Musk, os seguidores forneceram informações pessoais como nome, endereço de email, endereço postal e número de telefone, embora não tenham disposto como esses dados serão usados.

Comitê de ação política de Musk também é alvo no processo. O America PAC já doou 118 milhões de dólares (R$ 672 milhões) à campanha de Donald Trump, amplamente dependente de grupos externos para a prospecção de eleitores, o que significa que o super PAC fundado por Musk — o homem mais rico do mundo — desempenha um papel preponderante no que se espera que seja uma eleição muito acirrada.

Se não for proibido, o esquema de loteria deles prejudicará irreparavelmente os habitantes da Filadélfia -- e outros na Pensilvânia -- e manchará o direito do público a uma eleição livre e justa. [...] Os eleitores da Pensilvânia, incluindo os eleitores da Filadélfia, têm o direito à paz pública, ao conforto público e à conveniência pública para se envolverem no processo eleitoral sem interferência de terceiros externos, oferecendo a chance de uma recompensa em troca do fornecimento de informações pessoais.
Larry Kressner, promotor-geral da Filadélfia

Bilionário quer passar leis sobre porte de armas

Objetivo do magnata é tirar do papel projetos de emendas sobre liberdade de expressão e direito ao porte de armas. No início de outubro, Musk já havia anunciado a oferta de US$ 47 (R$ 267) para aqueles que se engajarem. Depois, o bilionário aumentou o valor para US$ 100 (R$ 568) e prometeu fazer os sorteios diários no valor milionário.

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Professor Brian Bauer, de Wisconsin, pai de três filhos, foi um dos ganhadores. Ele apareceu ao lado da família e com o cheque de US$ 1 milhão em mãos. A petição ficou no ar até a última segunda-feira (21). A meta era atingir um milhão de eleitores. A oferta e a petição são válidas apenas para Pensilvânia, Geórgia, Nevada, Arizona, Michigan, Winconsin e Carolina do Norte, estados considerados decisivos na eleição presidencial.

Caso repercutiu nas redes sociais e dividiu opiniões de especialistas. A polêmica fez o Departamento de Justiça dos Estados Unidos enviar carta a grupo conservador sobre a possível ilegalidade. "Para deixar claro, esta não é uma petição para votar ou registrar alguém. É realmente uma petição em apoio à Constituição dos Estados Unidos e, em particular, à liberdade de expressão e ao direito de portar armas", disse ele, durante evento nesta sexta-feira (25).

Musk não se manifestou abertamente sobre carta enviada pelo Departamento de Justiça americano.

Petição foi lançada pelo grupo conservador The America PAC. O grupo foi criado por Elon Musk e conta com o apoio de vários empresários engajados para apoiar a campanha presidencial do republicano Donald Trump. O objetivo principal do grupo é financiar operações de angariação de fundos. A imprensa americana diz que Musk doou US$ 75 milhões para a campanha de Trump.

Programa apoia a 1ª e a 2ª emendas da Constituição. Segundo a rede de TV NBC News, o movimento não violaria as leis de financiamento de campanha, que tornam ilegal pagar pessoas para se registrarem para votar, porque, diz a emissora, "o pagamento é pela assinatura da petição e indicação de eleitores registrados para assinar a petição, e não pelo registro".

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