Sakamoto: Enquanto Maduro sonha com 'porrada', Brasil age como adulto
O ditador venezuelano Nicolás Maduro age como uma criança que pratica bullying e adoraria provocar uma subida do tom pelo governo brasileiro para poder validar sua escalada, afirmou o colunista do UOL Leonardo Sakamoto durante participação no UOL News 2ª Edição desta sexta-feira (1º).
Por meio de nota na tarde de hoje, após falar que evitaria manifestação sobre ataque em rede social vindo da Venezuela, o Brasil criticou a "escalada retórica" e "ataques pessoais" recebidos pelo governo Maduro.
Quando boa parte do mundo deu as costas para a Venezuela, o Brasil não fez isso. O Brasil agiu como o adulto na sala. Agora, a Venezuela, o grupo do Maduro, age como uma criança do bullying: há um adulto na sala tentando pacificar, encontrar uma solução, mas a criança birrenta quer causar.
Essa nota do Brasil foi extremamente polida (...) não atacou nem xingou o Maduro. Que é exatamente o que o Maduro queria. O Maduro adoraria uma resposta do mesmo tom para poder fazer essa escalada [de discurso]. Ele vive de vender fantasia. É a fantasia da invasão da Guiana, de uma guerra com os Estados Unidos. Ele deveria se preocupar com a realidade, que é a parte do povo dele que tem fome.
Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Sakamoto lembrou que a Venezuela não agiria contra o Brasil, porque não faria sentido e não receberia apoio de aliados.
A Venezuela não vai invadir o Brasil. Primeiro, que não faz sentido nenhum. Segundo, que não tem cabimento no ponto de vista militar ou político, qualquer que seja. E terceiro, se fizer isso, a Rússia e a China que são fiadoras dela vão falar 'ô, ô, ô, ô, volta'. A Rússia e a China que reconheceram [o governo] Maduro, ao contrário do Brasil, não tem interesse nenhum nesse tipo de confusão junto aquele que é um dos principais membros e parceiros do BRICS.
O Brasil abrir diálogo não significa reconhecer o governo Maduro. O governo do Brasil não reconheceu a reeleição de Maduro, portanto, não pode apoiar a entrada de um governo que ele não reconhece nos BRICS. Com isso, a Venezuela está aproveitando para construir mais um inimigo externo, antes era só os Estados Unidos (...) Para o Maduro, é importante isso porque, ao mostrar que aqui, do seu lado, no Brasil, há um representante do inimigo externo, do imperialismo norte-americano, ele acaba motivando a militância dele.
Leonardo Sakamoto
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