Opositor de Maduro morre após ter atendimento negado em prisão na Venezuela
O opositor venezuelano Jesús Manuel Martínez Medina, detido um dia após as eleições presidenciais do país, em 29 de julho, morreu nesta quinta-feira (14), após ter atendimento médico negado na prisão.
O que aconteceu
Medina estava na sede da polícia em Lechería, onde sofreu maus-tratos e falta de atendimento médico para tratar a diabete, segundo o jornal venezuelano El Nacional. Como resultado da falta de cuidados médicos, surgiram abcessos na perna do opositor, que causaram infecção em sua perna.
Eduardo Battistini, exilado político da oposição, também falou da morte de Medina em suas redes sociais. "Lamentamos profundamente a trágica morte de Jesús Manuel Medina, um jovem venezuelano preso injustamente pela ditadura de Maduro desde 28 de julho".
Ele afirmou que o crime de Medina foi ter sido testemunha eleitoral de Edmundo González nas eleições, "um direito fundamental que o regime transformou em motivo de perseguição". "Jesus passou os seus últimos dias na prisão, vítima de um sistema que pune a verdade e a esperança de mudança".
María Corina Machado, uma das líderes da oposição, também lamentou a morte em suas redes sociais. "Mais um crime de Maduro e seu regime. Ele morreu pelas mãos deles, morreu por causa das condições desumanas em que foi mantido cativo".
URGENTE
-- María Corina Machado (@MariaCorinaYA) November 14, 2024
Hoy ha fallecido, en manos del régimen, Jesús Manuel Martínez Medina, miembro de nuestro equipo en Aragua de Barcelona, estado Anzoátegui.
Un crimen más de Maduro y su régimen. Murió en sus manos, murió por las condiciones inhumanas en las que estuvo secuestrado.
A su? pic.twitter.com/DzOGtdK4AV
Em 10 de novembro, a Plataforma Democrática Unitária denunciou a grave situação de saúde de Jesús Martínez Medina e alertou que estes casos "são tragicamente vistos com graves consequências por não receberem atenção médica aquém das notas". "Exigimos justiça, atenção médica imediata aos detidos e liberdade. Negar cuidados médicos atempados é uma violação clara dos direitos humanos e implica responsabilidade individual para aqueles que devem fornecê-los", denunciou a coligação da oposição.
A presidente da organização de direitos humanos Instituto Casla, a advogada venezuelana Tamara Suju, também considera que a situação de Medina se agravou por conta dos maus-tratos sofridos na prisão. "Há alguns dias, as pessoas pediram atendimento médico especializado e urgente, já que ele apresentava necrose nas pernas devido a diabete que sofria, agravado pelos maus-tratos sofridos, pela falta de assistência médica e pelas condições desumanas da prisão".
#Venezuela: Muere en Custodia del Estado el Preso Político #JesúsManuelMartinez, arbitrariamente detenido el 29 de Julio. Jesús Manuel fue testigo de Mesa en las Elecciones, en Aragua de Barcelona, estado Anzoátegui. Desde hace unos días se pedía en las redes sociales por? pic.twitter.com/C2M4Q9RXel
-- Tamara Suju (@TAMARA_SUJU) November 14, 2024