De última hora, Argentina se junta à aliança contra fome do G20

Na manhã desta segunda-feira (18), a Argentina aderiu à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, a principal iniciativa do governo Lula no fórum, mas apenas após o anúncio oficial pelo petista.

O que aconteceu

O lançamento oficial do programa foi feito por Lula no início da cúpula do G20. O documento não incluía a Argentina, o que causou constrangimento entre diplomatas. Até então, a Argentina havia sido o único país do G20 a não ter assinado o documento. A medida também foi vista como um indicador de que a Argentina poderia ficar de fora do documento final do G20.

Atrasado. O presidente argentino, Javier Milei, saiu do hotel às 10h15 para o evento que estava marcado às 10h. Como os cumprimentos às autoridades se alongaram, Lula só foi discursar mais tarde. O último a chegar ao evento foi o presidente da Colômbia, Gustavo Petro.

82 países assinaram. A Aliança conta agora com 148 membros fundadores, incluindo 82 países, a União Africana, a União Europeia, 24 organizações internacionais, nove instituições financeiras internacionais e 31 organizações filantrópicas e não governamentais.

A adesão da Argentina foi posterior à oficialização da aliança por Lula. O petista fala em 81 países no anúncio do lançamento da iniciativa.

Aderir à aliança significa que os países anunciaram compromissos para reduzir a fome e a pobreza — a maioria, no âmbito nacional. Um número menor também prometeu conceder recursos para auxiliar na implementação de políticas públicas em regiões em desenvolvimento. É o caso da Noruega.

Um único banco, o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), anunciou um aporte de US$ 25 bilhões, equivalente a R$ 146 bilhões no câmbio atual. Os empréstimos serão destinados a projetos na América Latina e no Caribe. Ao todo, nove instituições financeiras aderiram à aliança.

Sob a presidência de Javier Milei, a Argentina tem adotado posturas dissonantes nos fóruns multilaterais (onde países tomam decisões em conjunto, como agências da ONU). No G20, a Argentina apresentou obstáculos nas negociações da declaração final de líderes. Antes disso, nas reuniões prévias, foi o único país que se recusou a assinar dois documentos: um sobre igualdade de gênero e outro que aborda o desenvolvimento sustentável.

Historicamente, a Argentina não se opõe a essas questões. No entanto, o governo de Javier Milei tem mudado os rumos da política externa do país. Ele se diz "antiglobalista", termo usado por alguns líderes para criticar organizações multilaterais e a ordem global definida após a Segunda Guerra Mundial. Para eles, a globalização destrói a característica nacional do país e limita a ação do estado. O principal expoente deste grupo é o americano Donald Trump, de quem Milei já se declarou fã.

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Veja a lista dos participantes

1. Alemanha
2. Angola
3. Antígua e Barbuda
4. África do Sul
5. Arábia Saudita
6. Argentina
7. Armênia
8. Austrália
9. Bangladesh
10. Benin
11. Bolívia
12. Brasil
13. Burkina Faso
14. Burundi
15. Camboja
16. Chade
17. Canadá
18. Chile
19. China
20. Chipre
21. Colômbia
22. Dinamarca
23. Egito
24. Emirados Árabes Unidos
25. Eslováquia
26. Estados Unidos
27. Espanha
28. Etiópia
29. Federação Russa
30. Filipinas
31. Finlândia
32. França
33. Guatemala
34. Guiné
35. Guiné-Bissau
36. Guiné Equatorial
37. Haiti
38. Honduras
39. Índia
40. Indonésia
41. Irlanda
42. Itália
43. Japão
44. Jordânia
45. Líbano
46. Libéria
47. Malta
48. Malásia
49. Mauritânia
50. México
51. Moçambique
52. Myanmar
53. Nigéria
54. Noruega
55. Países Baixos
56. Palestina
57. Paraguai
58. Peru
59. Polônia
60. Portugal
61. Quênia
62. Reino Unido
63. República da Coreia
64. República Dominicana
65. Ruanda
66. São Tomé e Príncipe
67. São Vicente e Granadinas
68. Serra Leoa
69. Singapura
70. Somália
71. Sudão
72. Suíça
73. Tadjiquistão
74. Tanzânia
75. Timor-Leste
76. Togo
77. Tunísia
78. Turquia
79. Ucrânia
80. Uruguai
81. Vietnã
82. Zâmbia
83. União Africana
84. União Europeia

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