Escolhido por Trump para Defesa já foi investigado por agressão sexual

O apresentador da Fox News e veterano do Exército Pete Hegseth, 44, escolhido por Trump para assumir o cargo de secretário da Defesa em seu próximo governo, já foi investigado por uma suposta agressão sexual cometida em 2017.

O que aconteceu

A polícia não revelou o nome ou a idade da suposta vítima. De acordo com informações publicadas pela CBS News, as autoridades locais descreveram os ferimentos na vítima como "contusões na coxa direita", mas destacaram que não havia armas envolvidas.

Autoridades locais de Monterey, na Califórnia, divulgaram comunicado na noite de quinta-feira (14). Apesar da confirmação da investigação, o comunicado da prefeitura e do departamento de polícia de Monterey continha poucos detalhes sobre o caso. Declaração foi feita após pedidos da imprensa dos EUA.

O incidente teria ocorrido na noite do dai 7 de outubro de 2017, no Hyatt Regency Monterey Hotel. Uma queixa foi registrada no dia 12 de outubro. A revista Vanity Fair publicou que a suposta má conduta sexual de Hegseth envolveria uma mulher, citando fontes não identificadas.

A equipe jurídica de Hegseth descreveu a alegação como um encontro consensual, segundo a Vanity Fair. Timothy Parlatore, um ex-advogado de Trump que frequentemente representa atuais e ex-membros das forças armadas dos EUA, disse que não há evidências de crime. "Esta alegação já foi investigada pelo departamento de polícia de Monterey e eles não encontraram nenhuma evidência para isso", declarou.

Hegseth e sua primeira esposa, Meredith Schwarz, se divorciaram em 2009. Ele e sua segunda companheira, Samantha Deering, se divorciaram em 2017, ano em que foi investigado pela suposta agressão sexual. Desde 2019, Hegseth é casado com sua terceira esposa, a produtora da Fox News Jennifer Rauchet.

Futuro secretário já afirmou que 'nunca lava as mãos'

Apresentador disse em 2019 que "nunca lava as mãos" e que "germes não são reais". Em um programa do "Fox And Friends", no qual Hegseth trabalha como apresentador, ele afirmou que sua resolução de ano novo era dizer ao vivo algumas coisas que só falava nos bastidores, e imediatamente contou que não higienizava suas mãos há uma década.

Não acho que lavei minhas mãos nos últimos dez anos. Realmente, eu não lavo minhas mãos, nunca. Eu me inoculo. Germes não são algo real; eu não posso vê-los, então eles não são reais. Eu não sou capaz de ficar doente. Pete Hegseth, escolhido por Trump para ser Secretário da Defesa

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Após repercussão, Hegseth disse que se tratava de uma piada. Pouco depois da imagem circular nas redes sociais, a porta-voz da Fox News Jaclyn Giuliano afirmou que apresentador estava "claramente brincando". Mais tarde, ele deu uma entrevista ao canal USA Today, dizendo que era uma piada voltada àqueles que se higienizam "obsessivamente". "Vivemos numa sociedade onde as pessoas andam por aí com frascos de álcool em gel nos bolsos e higienizam-nos 19 mil vezes por dia como se isso fosse salvar suas vidas".

Pete Hegseth foi anunciado na terça-feira (12)

Hegseth já fez parte da Guarda Nacional do Exército e serviu no Afeganistão, no Iraque e na Baía de Guantánamo, em Cuba. A Fox News foi um dos braços da campanha de Trump na eleição. Numa recente entrevista para um site cristão, o apresentador afirmou que acredita que "a falta de pais - de homens - em muitas famílias americanas modernas é uma catástrofe". "Os pais traçam o curso e lideram o caminho para suas famílias e filhos; um caminho que deve levar a Jesus Cristo", disse.

"Pete é duro, inteligente e acredita verdadeiramente no America First", disse Trump em um comunicado. "Com Pete no comando, os inimigos dos Estados Unidos estão avisados - nossas Forças Armadas serão grandes novamente, e os Estados Unidos nunca recuarão", acrescentou o presidente eleito.

Hegseth é um conservador de longa data e aliado leal de Trump. O anúncio veio no dia em que o Wall Street Journal revelou que Trump prepara uma lei que permitirá que ele possa demitir generais, num gesto que vem sendo avaliado como um risco de politização das Forças Armadas.

A equipe de transição do presidente eleito estaria procurando maneiras de cumprir sua promessa. O republicano quer eliminar os generais das forças armadas que não sejam alinhados com Trump. Isso poderia envolver uma ordem executiva que criaria um "conselho de guerreiros" para analisar a conduta dos oficiais e recomendar nomes para demissão.

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O conselho seria composto por oficiais militares seniores aposentados. Eles teriam o poder de recomendar a demissão de qualquer general de três ou quatro estrelas que fosse considerado "carente das qualidades de liderança necessárias", diz uma minuta da ordem executiva obtida pelo WSJ. Analistas acreditam que, depois da invasão do Capitólio em 2021, a ala mais radical da extrema direita culpou os militares por não terem saído ao apoio de Trump.

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