Líbano tem mais de 200 crianças mortas em dois meses de ataques de Israel
Mais de 200 crianças morreram em ataques no Líbano, quase dois meses após o início da guerra entre Israel e Hezbollah, afirmou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nesta terça-feira (19).
O que aconteceu
Ataques israelenses causam mais de três mortes e crianças por dia, segundo dados. Em pronunciamento em Genebra, o porta-voz da Unicef afirmou que as mortes são resultado de "inércia" dos países que podem acabar com a violência.
Bebê brasileira está entre mortos. Fátima Abbas, de um ano de idade, foi morta em um ataque de míssil das forças militares de Israel em Hadeth, subúrbio de Beirute, em 2 de novembro. "Ao expressar à família de Fátima Abbas as mais sentidas condolências e estender toda a sua solidariedade, o governo brasileiro reitera a condenação, nos mais fortes termos, aos contínuos e injustificados ataques aéreos israelenses contra zonas civis no Líbano e renova o apelo às partes envolvidas para que cessem imediatamente as hostilidades", afirmou o Itamaraty.
Mais de 3.500 pessoas morreram no Líbano desde outubro de 2023. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde libanês na segunda-feira (18).
Apesar das mais de 200 crianças mortas no Líbano em menos de dois meses, um padrão desconcertante surgiu: as mortes enfrentam a inércia daqueles que tem condições de acabar com esta violência.
James Elder, porta-voz do Unicef
Sem previsão para o fim da guerra
Israel alega que bombardeios ao Líbano são feitos mirando o Hezbollah. Segundo o Exército de Israel, os ataques têm como intuito "permitir a volta de cerca de 60 mil cidadãos ao norte israelense, de onde tiveram de ser deslocados devido ao risco dos ataques do grupo libanês".
Não há previsão de um acordo de cessar-fogo. O conflito se prolonga há meses, com intensos bombardeios contra a capital Beirute, a regiões próximas ao aeroporto internacional. Áreas da Síria também têm registro de bombardeios com mortos.
Os Estados Unidos, principais aliados de Israel, expressaram preocupação recente com os novos ataques. "Vocês já nos ouviram dizer repetidas vezes que não queremos ver esse tipo de operação [militar] em Beirute, especialmente em áreas densamente povoadas", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel.
*Com informações da AFP e da RFI
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