Grupo rebelde à frente de tomada do poder na Síria é dissidente da Al Qaeda

O principal grupo rebelde que anunciou neste domingo a deposição do governo Bashar al-Assad na Síria e avançou para a capital Damasco surgiu de uma dissidência da Al Qaeda.

O que se sabe sobre o HTS

Fundador do HTS, principal grupo rebelde, foi combatente da Al Qaeda na guerra no Iraque contra os EUA. O comandante militar Abu Mohammad al-Jolani criou o Jabhat al-Nusra, filiado sírio da Al Qaeda. Mas deixou o grupo em 2016 por diferenças ideológicas e oposição ao Estado Islâmico. Em 2017, fundou o Hayat Tahrir Al Sham (HTS), também conhecido como Organização para a Libertação do Levante.

O grupo é considerado terrorista pela União Europeia, Turquia e Estados Unidos. Jolani é apontado como o principal líder de um movimento que conta com a participação de outras facções, unidas pela posição ao regime de Bashar al-Assad, há 24 anos no poder e sucessor de um clã que governa a Síria há mais de cinco décadas.

Movimento busca consolidar o controle sobre o território e a superar diferenças ideológicas entre facções. Enquanto o HTS busca um regime islâmico, outros grupos defendem uma administração secular. Os rebeldes também precisam buscar reconhecimento internacional, reconstruir o país devastado pela guerra e garantir segurança para evitar novos conflitos, fatores essenciais para estabilizar a Síria.

Ofensiva começou em 27 de novembro e avançou rapidamente. Em menos de duas semanas, cidades como Aleppo, Hama e Homs caíram sob controle rebelde. Damasco foi o último marco dessa campanha, culminando na invasão da prisão militar de Saydnaya, onde milhares de prisioneiros foram soltos.

Bashar al-Assad fugiu do país de avião. O paradeiro do presidente é desconhecido, mas fontes afirmam que ele deixou a capital antes da chegada das forças opositoras.

Síria vive guerra civil há 13 anos após repressão aos protestos durante a Primavera Árabe. O movimento contestava os regimes autoritários. Em uma primeira fase, o conflito envolveu terroristas ligados ao Estado Islâmico e à Al Qaeda, com apoio dos Estados Unidos e da Turquia.

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