Ilhas Pitcairn, com apenas 48 moradores, aprovam o casamento gay

Nas Ilhas Pitcairn, um pedaço de terra de 47 quilômetros quadrados perdido no meio do Pacífico, aconteceu uma pequena revolução em meio à relativa indiferença. Este território ultramarino, que pertence ao Reino Unido, acaba de aprovar uma lei que autoriza o casamento para homossexuais, ainda que, como observa o "The Guardian", nenhum casal de mesmo sexo viva nessa ilha de 48 habitantes.

Meralda Warren, cuja família reside em Pitcairn há sete gerações, afirma que não houve casamentos entre homossexuais desde que a lei entrou em vigor. Mais espantoso ainda é o fato de que ela ouviu falar em um ilhéu gay uma única vez, "e isso foi há muito tempo". Mas Rodney Croome, o diretor nacional do grupo de defesa dos direitos dos homossexuais Australian Mariage Equality, explica ao "The Guardian" que nem por isso a iniciativa das autoridades locais é inútil.

"Ainda que não haja casais homossexuais na ilha atualmente, os que deixaram Pitcairn há anos poderão voltar para sua terra para se casar. Além disso, casais gays, sobretudo australianos que não podem casar entre si, poderão decidir celebrar sua união nesse lugar romântico. É também uma mensagem positiva que mostra que os ilhéus homossexuais são cidadãos de Pitcairn como os outros."

Muitas vezes considerado o menor país do mundo por sua população, Pitcairn é o único território britânico ultramarino a possuir uma certa autonomia jurídica. A maioria dos nativos dessa ilha são os descendentes dos amotinados do Bounty.

Os marinheiros dessa fragata da Royal Navy se rebelaram no dia 28 de abril de 1789 antes de se refugiarem em Pitcairn, que mal constava nas cartas marítimas da época, constituindo família com mulheres taitianas depois de terem massacrado os homens da ilha.

A nova lei entrou em vigor no dia 15 de maio, mas não pôde ser publicada no website da ilha em razão de problemas técnicos. Essa mudança na legislação, aprovada por unanimidade pelo conselho local, teria sido influenciada pela adoção sucessiva de leis que autorizam o casamento entre pessoas de mesmo sexo na Inglaterra, no País de Gales e na Escócia.

Contudo, os ilhéus homossexuais que queiram se casar deverão enfrentar um último obstáculo: o único religioso da ilha faz parte da Igreja Adventista do Sétimo Dia, um movimento contrário a esse tipo de união.

Tradução: UOL

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