ONU discute aquecimento do planeta há mais de 40 anos
Cientistas já falavam sobre a relação entre o efeito estufa (que mantém a Terra quente) e a concentração de CO2 e gases equivalentes na atmosfera quando a ONU realizou sua primeira conferência mundial para discutir o aumento das emissões de gases estufa, fruto da atividade humana, que poderiam levar ao aquecimento excessivo do planeta.
Após as conferências de Estocolmo e de Toronto, nas décadas de 70 e 80, e da Cúpula da Terra no Rio de Janeiro, em 1992, a comunidade internacional passou a negociar de fato um acordo para combater o aumento do aquecimento global.
Assim, na terceira COP, em 1997, foi aprovado o Protocolo de Kyoto, que trazia metas de redução de emissões para os países desenvolvidos. No entanto, o acordo não contou com a adesão do principal emissor do mundo, os EUA, que negou-se a ratificar o protocolo na gestão do presidente era George W. Bush.
De lá para cá, as negociações rodeiam, custosamente, a tentativa de um novo acordo para substituir o Protocolo de Kyoto quando esse chegasse ao seu fim - o que ocorreu em 2012, mas foi prorrogado até 2020 por falta de um novo acordo. Veja abaixo o que aconteceu nas principais reuniões do clima da ONU.
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1972 - Conferência de Estocolmo (Suécia)
Primeira conferência da ONU sobre o meio ambiente, colocou a proteção e preservação ambiental na lista das preocupações internacionais. Criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)
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1988 - 1º conferência mundial sobre o clima, em Toronto (Canadá)
Reuniu cientistas e alertou para a necessidade de reduzir os gases do efeito estufa. Criado o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para avaliar o risco da mudança climática devido à atividade humana
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1992 - Cúpula da Terra, no Rio de Janeiro (Brasil)
É adotada a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), cujo objetivo é estabilizar a concentração de gases do efeito estufa na atmosfera. A COP (Conferência das Partes) é a responsável pelas decisões. Estabelece-se um plano de ações para o século 21
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1995 - COP-1, em Berlim (Alemanha)
Na primeira Conferência das Partes (COP-1), foram definidos os compromissos legais de redução de emissões, que fariam parte do Protocolo de Kyoto
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1997 - COP-3, em Kyoto (Japão)
A comunidade internacional firmou um amplo acordo, o Protocolo de Kyoto. Os países desenvolvidos se comprometeram a reduzir o total de emissões de gases de efeito estufa em 5%, com relação ao nível de 1990, até 2012. Estados Unidos não assinam o documento
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2000 - COP-6, em Haia (Bélgica)
A tensão entre a União Europeia e o grupo liderado pelos Estados Unidos aumenta, levando a um impasse nas negociações. Os Estados Unidos sinalizam que não irão ratificar o Protocolo de Kyoto, o que realmente ocorre e ameaça o futuro do Protocolo
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2001 - Bonn (Alemanha)
O IPCC convoca uma conferência extraordinária para divulgar seu terceiro relatório, que evidencia a interferência do homem nas mudanças climáticas
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2005 - COP-11, em Montreal (Canadá)
Fica clara a necessidade de um amplo acordo internacional, ajustado à nova realidade mundial: Brasil, China e Índia tornaram-se emissores importantes. É proposta pelo Brasil a negociação em dois trilhos: o pós-Kyoto e outra paralela entre grandes emissores, o que inclui os Estados Unidos
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2007 - COP-13, em Bali (Indonésia)
É criado o Mapa do Caminho, com cinco pilares de discussão para facilitar a assinatura de um compromisso internacional em Copenhague: visão compartilhada, mitigação(redução das emissões), adaptação, transferência de tecnologia e suporte financeiro. Ficou acertado que seria criado um fundo de recursos para os países em desenvolvimento
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2009 - COP-15, em Copenhague (Dinamarca)
O esperado acordo final sobre metas de redução das emissões de gases de efeito estufa não saiu por falta de consenso. O Acordo de Copenhague apenas dá linhas gerais do que os países prometem fazer: limitar o aumento das temperaturas a 2°C neste século em comparação com a época pré-industrial; fornecer informações sobre emissões e criar um fundo de US$ 100 bilhões por ano até 2020
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2010 - COP-16, em Cancún (México)
Apresenta a criação de um Fundo Verde para ajudar os países em desenvolvimento a lidar com o aquecimento global, mas a questão das fontes de financiamento não fica ajustada
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2012 - COP-18, em Doha (Qatar)
Na COP-18, o Protocolo de Kyoto é prolongado, mas sem a participação da Rússia, Japão e Canadá. Começa a ser programado um acordo global a ser adotado em 2015
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2014 - COP-20, em Lima (Peru)
Negociações custosas são realizadas para encontrar um consenso até dezembro de 2015 sobre um texto destinado a assumir o papel do Protocolo de Kyoto a partir de 2020. O quinto relatório do IPCC prevê um aumento da temperatura global até o fim deste século de 3,7 a 4,8°C em relação a 1850-1900 se nada for feito para contrariar esta tendência
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2015 - COP-21, em Paris (França)
Na COP21, espera-se que seja firmado o primeiro acordo envolvendo todos os países na redução das emissões de gases com efeito de estufa. O encontro ocorre sob forte esquema de segurança em com o país em estado de emergência devido aos ataques terroristas realizados pelo Estado Islâmico semanas antes
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