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Suplicy inclui renda mínima em sugestões sobre desemprego para chefes de Estado

Matheus Lombardi

Do UOL, no Rio

16/06/2012 15h16Atualizada em 16/06/2012 19h21

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) conseguiu incluir nas recomendações da sociedade, que serão enviadas aos chefes de Estado, uma citação ao projeto de renda mínima. O senador participou do debate sobre desemprego dos "Diálogos do Desenvolvimento Sustentável", série de discussões promovidos pelo governo brasileiro com a sociedade civil dentro da Rio+20.

Mesmo não participando da mesa oficial do evento, o político conseguiu pegar o microfone durante as perguntas e convenceu a maioria dos presentes sobre a necessidade  de incluir uma menção à renda mínima, complementando o texto que será enviado para chefes de Estado.

Falando em inglês para uma plateia formada por pessoas de dezenas de nacionalidades, Suplicy conseguiu roubar a atenção dos espectadores. Ele também aproveitou a oportunidade para fazer elogios ao governo e ao Congresso brasileiro, além de citar o exemplo bem-sucedido do governo do Alaska na distribuição de renda. 

Desemprego deve ser combatido com educação e apoio de governos

Entre os temas aprovados para serem enviados como sugestões aos chefes de Estado estão: colocar a educação no centro da agenda dos objetivos sustentáveis; apoiar maior igualdade de gêneros entre homens e mulheres, com governos se comprometendo com um objetivo de proteção social num prazo de dez anos; e estabelecer objetivos nacionais para empregos "verdes".

Cidadãos devem ser tratados como acionistas

Os cidadãos devem ser tratados como acionistas dos países onde vivem, como numa relação de mercado. Essa é a opinião do ex-secretário e um dos mentores da ECO92, Maurice Strong, para que o mundo possa ser mais igualitário e menos desigual nos próximos anos.

"Boa parte do futuro, da subsistência, virá do capital. Cada cidadão deve ser visto como um acionista do seu país, como se fosse uma grande corporação. Todos devem ser iguais e devem ter uma participação igualitária dos recursos", disse.

Na opinião do mentor da ECO92, a educação é a chave fundamental para essa "revolução".

"O que estamos realmente buscando é a capacidade de ganhar a vida. Com a educação teremos mais oportunidade de fazer essa mudança", declarou. 

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Os "Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável" foram propostos pelo governo brasileiro para anteceder a Rio+20. Até o dia 19 de junho, no Riocentro, Rio de Janeiro, representantes da academia e também de movimentos sociais, setor privado e a população em geral se reúnem para debater temas centrais da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável e fazer recomendações para os chefes de Estado. O primeiro tema foi Desemprego, trabalho decente e migrações. Veja a programação.

As discussões irão partir de 10 recomendações saídas da plataforma online Diálogos do Rio sobre os temas: oceanos; água; segurança alimentar e nutricional; desenvolvimento sustentável para o combate à probreza; desenvolvimento sustentável como resposta às crises econômica e financeira; energia sustentável para todos; a economia do desenvolvimento sustentável, incluindo padrões sustentável de produção e consumo; cidades sustentáveis e inovação; desemprego, trabalho decente e migrações; e florestas.

No final, serão escolhidas três por tema para serem encaminhadas aos Chefes de Estado na Rio+20, que acontece de 20 a 22 de junho.