Ratos da América Central 'cantam' para atrair fêmeas e afastar rivais; ouça
O canto é uma arma tanto para atrair e cortejar fêmeas quanto para repelir e intimidar rivais. É assim que o rato Alston (Scotinomys teguina) e o Chiriqui (S. xerampelinus) buscam procriar e se defender, mostra estudo de pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, divulgado no periódico The American Naturalist.
A pesquisa descobriu ainda que as duas espécies de rato, que são nativas de áreas montanhosas da Costa Rica e do Panamá, na América Central, emitem sons para demarcar seus territórios e separar as espécies, produzindo ruídos vocais pouco audíveis por seres humanos.
"Há quem fique surpreso com a existência de ratos 'cantores', mas na verdade muitos roedores produzem sons complexos --e entre eles estão camundongos, ratos e até mesmo hamsters. Na maioria das vezes, esses sons são bem agudos e quase imperceptíveis", explica Bret Pasch, autor da pesquisa.
"Os sons consistem de uma série de notas repetidas rapidamente. Nós nos referimos a eles como trinados, produzidos a cada vez que o animal abre e fecha sua pequena boca, o que pode ocorrer 15 vezes por segundo."
Cada um no seu pedaço
Segundo a pesquisa, o que difere as duas espécies é o tamanho e o tipo de 'canto': se o Alston apresenta dimensões menores e também um comportamento mais submisso do que o Chiriqui , quando o assunto é a destreza vocal, o animal se mostra capaz de produzir sons mais longos e agudos.
A produção dos trinados acaba por resolver os conflitos que poderiam ser frequentes entre essas espécies que têm dietas parecidas e vivem em habitats semelhantes.
"O uso da comunicação como forma de delimitar a área de cada espécie é a maior descoberta de nosso estudo e nos dá uma amostra de como padrões de grande escala podem ser gerados por interações individuais", resume Pasch.
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