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Vencedores do Nobel da Paz pedem a Putin que ajude integrantes do Greenpeace

Em Moscou

17/10/2013 09h28

Onze vencedores do Prêmio Nobel da Paz escreveram ao presidente russo, Vladimir Putin, para defender os 30 tripulantes de um barco do Greenpeace detidos em setembro.

"Nós escrevemos para pedir que faça tudo o que estiver ao seu alcance para que as acusações excessivas de pirataria contra 28 militantes do Greenpeace, um fotógrafo freelancer e um cinegrafista freelancer sejam anuladas", afirma a carta assinada, entre outros, pelo arcebispo sul-africano Desmond Tutu, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, a guatemalteca Rigoberta Menchú e o costarriquenho Oscar Arias.

Os 11 signatários, que também incluem a advogada iraniana Shirin Ebadi e a norte-americana Jody Williams, advertem o presidente russo sobre os riscos da exploração de petróleo no Ártico.

O barco Artic Sunrise foi inspecionado por uma unidade da guarda costeira russa no Mar de Barents, no Ártico russo, depois que os ativistas, a bordo de botes infláveis, abordaram uma plataforma de petróleo russa e tentaram escalá-la para, segundo eles, abrir uma faixa de denúncia sobre os riscos ecológicos da atividade.

Toda a tripulação do barco, incluindo a bióloga brasileira Ana Paula Maciel, foi indiciada por "pirataria em grupo organizado", crime que pode ser punido com 15 anos de prisão na Rússia.

"Nós pedimos a todos os Estados que façam o máximo possível para proteger este precioso tesouro da humanidade e para que seja liberado de sua dependência da energia petroleira. Como um dos países mais diretamente envolvidos, pedimos que lidere pessoalmente este esforço", apelam os vencedores do Nobel da Paz a Vladimir Putin.

O porta-voz de Putin, Dmitri Peskov, declarou que os signatários da carta não escolheram o destinatário adequado.

"O presidente tem muito respeito pelos vencedores do Prêmio Nobel e presta grande atenção a sua opinião. Mas, neste caso, o presidente não é o destinatário adequado", destacou Peskov.

Em setembro, Putin afirmou que os militantes do Greenpeace não eram "piratas", mas violaram a lei.