África deve perder até metade dos leões nas próximas décadas
Nas próximas duas décadas, a população de leões pode ser reduzida pela metade na África, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira (26) na revista científica PNAS. A situação é pior na região centro-ocidental do continente, onde a probabilidade da redução é de 67% nos próximos 20 anos. Já no Leste da África, a probabilidade de queda para metade é de 37%.
O desaparecimento rápido dos leões em muitas partes do continente é relacionado a uma mudança ecológica que deixou esses animais fora do papel de principal predador, dizem os autores do estudo.
Em geral, os grandes carnívoros estão diminuindo no mundo todo, mas as tendências variam de acordo com a geografia e a gravidade das ameaças impostas pelos seres humanos. Os leões africanos exemplificam os desafios da conservação dos animais carnívoros: com uma grande perda de habitat, perderam-se as presas. Além disso, há uma matança indiscriminada desses animais para proteger humanos ou rebanhos ou pela falta de regulamentação da caça esportiva.
Desde 1990, pesquisadores liderados por Hans Bauer, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, monitoraram 47 populações de leões no continente africano e avaliaram a taxa de crescimento de cada população, o que é considerado um trabalho raro, pois há muita dificuldade em confiar nos dados de muitos países e de pesquisas inconsistentes.
A queda populacional espelha, ao mesmo tempo, um padrão maior de perda de fauna nessas regiões, com a redução de muitas outras espécies grandes.
Já nos países ao Sul da África, como Botsuana, Namíbia, África do Sul e Zimbábue, onde os leões vivem em sua maioria em reservas fechadas, as populações estão aumentando. Isso sugere a importância de reservas bem gerenciadas e com bom financiamento para a sobrevivência dos animais. O sucesso do Sul se deu em parte devido à reintrodução de leões em reservas pequenas, cercadas.
Os pesquisadores sugerem que os leões devem ser colocados na categoria de espécie “criticamente ameaçada” no Oeste africano e “regionalmente ameaçada” no Leste da África.
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