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Vinte países deixarão de financiar combustíveis fósseis no exterior em 2022

04/11/2021 15h19

Glasgow (R. Unido), 4 nov (EFE).- Cerca de 20 países e instituições, entre os quais os Estados Unidos, Costa Rica, Reino Unido, Portugal e o Banco Europeu de Investimento, comprometeram-se nesta quinta-feira, durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) a deixar de financiar combustíveis fósseis no estrangeiro até ao final de 2022.

"Acabaremos com mais apoio público direto ao setor internacional de energia de combustíveis fósseis até o final de 2022, exceto em circunstâncias limitadas e claramente definidas, coerentes com um limite de aquecimento de 1,5°C e as metas do Acordo de Paris".

"Investir em projetos ininterruptos de energia fóssil acarreta riscos sociais e econômicos crescentes" com "consequentes impactos negativos" nas receitas do governo, emprego local, contribuintes e saúde pública, acrescenta.

O documento, que não conta com o apoio de países como China, Japão, Rússia e Austrália, mas da Itália, Canadá, Albânia, Portugal, Eslovênia e Reino Unido, pede "que sejam implementados compromissos semelhantes na COP27 e além".

"Daremos prioridade absoluta ao nosso apoio à transição de energia limpa, usando nossos recursos para melhorar o que o setor privado pode oferecer", acrescenta a documentação, ressaltando que tal compromisso deve buscar "não causar danos significativos" aos "objetivos do Acordo de Paris, comunidades locais e ambientes locais".

Esse grupo de países e bancos de desenvolvimento, como o Banco de Desenvolvimento da África Oriental, reconhece que as "descobertas" e "análises" do IPCC e da Agência Internacional de Energia "constatações" e "análises" mostram que "a produção global e o uso de combustíveis fósseis devem diminuir significativamente até 2030" para seguir com a ambição de manter o aumento das temperaturas abaixo de 1,5ºC no final do século, em comparação aos valores pré-industriais.

"O alinhamento acelerado dos fluxos financeiros internacionais do setor público e privado é essencial para impulsionar as transições de energia, o acesso à energia e apoiar o desenvolvimento de tecnologias limpas emergentes e existentes, melhorando os meios de subsistência e as perspectivas de emprego em todo o mundo", acrescentam os signatários.

Ressaltam, ainda, que "reduzir os custos das alternativas de energia limpa, como a solar e eólica, para ficar mais barato que os combustíveis fósseis em quase todas as regiões do mundo" é "revolucionar e transformar as opções e o acesso à energia".

"Os impactos devastadores da pandemia da covid-19" exigem uma "recuperação econômica sustentável que salve vidas e melhore os meios de subsistência", conclui a declaração. EFE