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Presidente da Colômbia relaciona desmatamento ao consumo de cocaína

05/11/2021 13h26

Londres, 5 nov (EFE).- O presidente da Colômbia, Iván Duque, criticou, em entrevista publicada nesta sexta-feira, as pessoas que defendem o meio ambiente e, ao mesmo tempo, consomem cocaína, cuja a produção, segundo ele, é uma das causas do desmatamento da Floresta Amazônica.

"Para produzir um hectare de coca, quase dois hectares de mata tropical são destruídas na Colômbia", afirmou o chefe de governo ao jornal britânico "Financial Times", durante os eventos da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26).

"Vocês se encontra com aqueles que usam cocaína em outros países, que são muito entusiasmados e eloquentes quando falam a favor do meio ambiente, mas não se dão conta que, quando consomem, estão fazem um grande dano ao meio ambiente", completou Duque.

De acordo com dados fornecidos pela ONU, cerca de 143 mil hectares no país sul-americano estão destinados à plantação de folhas de coca, principal ingrediente utilizado na produção de cocaína.

O cultivo, segundo informa o "Financial Times", foi aumentado em parques nacionais e reservas indígenas, apesar dos esforços do governo colombiano para erradicar a prática.

Segundo Duque, quando são localizados laboratórios ilegais de produção de cocaína, há observação de "terrível dano ambiental", porque são utilizados produtos químicos que acabam sendo lançados na mata.

O presidente ainda garantiu na entrevista que, apesar do desmatamento ter aumentado na Colômbia em 2020, caiu um terço na primeira metade deste ano.

Duque foi um dos signatários de um acordo alcançado durante a COP26, por 110 diferentes países, para deter o desmatamento até 2030, em pacto que também teve a participação do Brasil.

Em troca do compromisso, as nações que abrangem 85% das florestas mundiais, receberão financiamento de US$ 19,2 bilhões (R$ 107,4 bilhões) em fundos públicos e privados. EFE