Ambientalistas criticam acordo final da COP26: "Extremamente pobre"
O responsável pelo clima da ONG SEO/BirdLife, David Howell, afirmou que o resultado da COP26 é "totalmente insuficiente", porque o abandono dos combustíveis fósseis e dos subsídios relacionados ao bem, estão expressos "em termos demasiadamente tímidos para impulsionar a transformação colossal requerida".
Na opinião do ambientalista, a meta de limite de aquecimento global em 1,5 grau, na comparação com a era pré-industrial, "ainda está distante" e em 2021 foram, segundo ele, dados "passos modestos".
Segundo o representante da SEO/BirdLife, nos próximos anos, os passos deverão ser "gigantescos e apressados", embora, "custarão cada vez mais".
Howell afirmou que o resultado também não é satisfatório no debate sobre os "atrasos do financiamento" para os países mais necessitados e vulneráveis diante da emergência climática, com a vida e sustento de milhões de pessoas em grave risco permanente.
O Greenpeace, por sua vez, alerta que a conclusão da COP26 "é submissa, frágil e o objetivo de 1,5 grau apenas está vivo".
A organização havia destacado anteriormente que tinha sido dado um sinal de que a era do carbono havia acabado e que isso era "importante", no entanto, a Índia fez uma inclusão no texto do acordo anunciado hoje que levantou um alerta geral.
O país asiático conseguiu que a alusão a "eliminação progressiva" do carbono fosse alterada para "redução progressiva", apesar de o texto conter a grande novidade de apontar, pela primeira vez, para a necessidade de acabar com os combustíveis fósseis.
A diretora do Greenpeace Internacional, Jennifer Morgan, afirmou hoje, em comunicado, que "embora o acordo reconheça a necessidade de reduzir as emissões nesta década, esses compromissos foram deixados para o ano que vem".
"Os jovens que chegaram à idade adulta em uma crise climática não tolerarão mais resultados como esse. Por que deveriam fazer, se estão lutando pelo próprio futuro?", indagou a ativista.
A organização Amigos da Terra reforçou hoje o posicionamento já apresentado nos últimos dias, de que se trata da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas mais excludente da história. Cristina Alonso, responsável pelo setor de Justiça Climática da ONG lamentou que a "falta de ambição no acordo de Glasgow nos conduz para um aumento da temperatura global muito acima do que a ciência determina, e que a sociedade civil cobra".
"Estamos ficando sem tempo para atuar", afirmou a ativista. EFE
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