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Primavera árabe diz respeito a outros países, não a nós, diz o rei de Bahrein

Alexander Smoltczyk e Souad Mekhennet

  • Hamad I Mohammed/Reuters

    Rei Hamad bin Isa Al Khalifa considera o Bahrein "o número um dentre todos os países árabes no que diz respeito a reformas"

    Rei Hamad bin Isa Al Khalifa considera o Bahrein "o número um dentre todos os países árabes no que diz respeito a reformas"

Um ano atrás, manifestantes da Primavera Árabe foram, por um curto período, o foco das atenções no Bahrein, um pequeno país do Golfo Pérsico. No entanto, tão rapidamente quanto surgiu, o movimento foi esmagado. “Der Spiegel” conversou com o rei de Bahrein, Hamad bin Isa Al Khalifa, sobre a necessidade de reformas. Além disso, a reportagem ouviu o ponto de vista dele sobre a questão da democracia no país e perguntou qual é exatamente a função do rei.

No dia 14 de fevereiro de 2011, alguns milhares de manifestantes reuniram-se na capital bareinita de Manama para exigir uma maior participação popular e reformas políticas. Esse foi o primeiro sinal de que a “Primavera Árabe” estava se espalhando pela região do Golfo Pérsico. Desde o início dos protestos, as forças policiais bareinitas recorreram à violência na tentativa de acabar com as manifestações realizadas na Praça da Pérola.

Em 15 de março, o rei Hamad bin Isa Al Khalifa, declarou estado de emergência. No dia anterior, tanques da Força de Proteção da Península, uma espécie de força militar de resposta rápida criada pelas seis monarquias do Golfo Pérsico, deslocaram-se da Arábia Saudita para o Bahrein. Em nenhum outro lugar os protestos da Primavera Árabe foram esmagados de forma tão rápida e meticulosa quanto no Bahrein. Ao todo, 46 pessoas, incluindo policiais e imigrantes, morreram nas manifestações, sendo que cinco delas foram vítimas de torturas. Cerca de 3.000 pessoas foram presas e 700 delas ainda estavam atrás das grades no final do ano passado. Mais de 4.000 trabalhadores perderam os seus empregos por terem participado das manifestações.

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